• Prefeito do Rio condena rivalidade entre PT e PSDB e ‘oposição para matar’
-O Globo
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, condenou ontem a rivalidade entre PT e PSDB, em entrevista ao jornalista Jorge Bastos Moreno, no programa “Preto no branco”, do Canal Brasil. Paes disse que “ninguém aguenta mais essa dualidade, esse jogo de se ele está lá, eu aqui serei oposição para matar”. O prefeito não descartou a possibilidade de ser candidato à Presidência da República pelo PMDB, depois de afirmar preferir que o candidato do partido à sucessão de Dilma seja o vice-presidente Michel Temer:
— Eu prefiro o Temer, mas deixa eu falar disso, porque os políticos sempre fogem dessas perguntas. Eu estou prefeito do Rio com muito prazer. Os desafios da cidade são imensos. Acho que tem muita coisa mudando para melhor. Não estou dizendo que não tem ainda muito problema. Então, eu curto cada momento de ser prefeito do Rio. Nunca fico pensando muito no dia seguinte.
Natural no governo do estado
Moreno comparou a resposta de Paes a declarações semelhantes do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista à revista “Playboy”, feita pela colunista do GLOBO Miriam Leitão, em 1985, quando FH concorreu à prefeitura de São Paulo. Questionado se seria candidato à Presidência, Fernando Henrique respondeu: “Não penso em candidatura, penso no momento.” Moreno aproveitou para insistir:
— Geralmente, as pessoas que pensam assim são aquelas que acabam chegando lá, prefeito.
— Enfim, se for para ser... — respondeu Paes. — Mas, de verdade, eu penso no momento, porque isso não pode ser um negócio sofrido.
O prefeito do Rio argumentou que acha mais natural uma candidatura ao governo do Estado do Rio, mas garantiu que isso não vem pautando suas ações. E defendeu a candidatura própria do PMDB à Presidência da República:
— Primeiro porque partido tem que ter candidato a presidente, e o PMDB é grande. Ele precisa colocar suas propostas e o que pensa sobre o Brasil. Segundo que, com todo carinho e respeito ao PT e ao PSDB, ninguém aguenta mais essa dualidade, esse jogo de “se ele está lá, eu aqui serei oposição para matar”. Hoje, essa dualidade entre o PT e o PSDB, esse ódio, sangue na boca e veneno permanente fazem com que eles estejam incapazes, os dois partidos, de construir uma coalizão para permitir o avanço do país.
Paes disse achar que a proximidade com a presidente Dilma não desgastaria uma eventual candidatura de Temer:
— As pessoas estão vendo o esforço de um democrata. A grandeza do Michel Temer permitiu, em um momento de crise institucional, dar uma desanuviada. Ele dialoga com Fernando Henrique, com Aécio, Serra, Lula, PT, PSB, com todo mundo. Esse é um papel importante. Já estou preparando a campanha Michel Presidente.
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