• Grupo de André Esteves contribuiu com R$ 619 mil a Delcídio Amaral
Bruno Góes - O Globo
O grupo do banco BTG Pactual, presidido pelo empresário André Esteves, doou R$ 42,5 milhões em 2014 para candidatos a presidente, governador, senador e deputado federal. A maior fatia dessas doações foi direcionada ao PT: cerca de R$ 13 milhões, embora o BTG tenha repassado dinheiro a 15 partidos.
Grande doador, o BTG Pactual foi responsável por um quinto de todas as doações de entidades financeiras a candidatos eleitos e não eleitos no ano passado. Só não doou mais que o Bradesco, que repassou R$ 72,5 milhões. Os dados são da ferramenta Mosaico Eleitoral, da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DAPP/FGV).
O BTG Pactual doou R$ 619,8 mil à campanha de Delcídio Amaral (PT) ao governo de Mato Grosso do Sul. O petista foi derrotado no segundo turno das eleições pelo tucano Reinaldo Azambuja e retornou ao seu mandato no Senado. Delcídio Amaral e André Esteves foram presos semana passada por suspeita de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e obstruir as investigações da Lava-Jato.
O BTG Pactual doou R$ 15,6 milhões a 15 candidatos a governador, sendo a maior doação à campanha de Eduardo Braga (PMDB) ao governo do Amazonas: R$ 3 milhões. Braga foi derrotado e hoje é ministro de Minas e Energia do governo Dilma Rousseff.
Cunha recebeu R$ 500 mil
Na disputa à Câmara dos Deputados, o então candidato à reeleição Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi agraciado com R$ 500 mil, a maior doação do BTG a quem tentava se eleger para a Casa. Artur Bisneto (PSDB-AM), em segundo, recebeu cerca de R$ 494 mil. Em terceiro lugar, o petista Zarattini (SP), com R$ 475 mil.
Já na disputa ao Senado, as maiores contribuições foram dadas ao senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG) e ao candidato derrotado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA): ambos receberam R$ 1 milhão.
O quadro geral das contribuições do BTG Pactual mostra que o grupo fez mais doações às forças governistas. Enquanto o PT recebeu, no total das doações, cerca de R$ 13 milhões, o PMDB foi contemplado com um pouco mais de R$ 12 milhões. O PSDB, entretanto, partido de oposição, ficou em terceiro no ranking, tendo recebido R$ 10,4 milhões. O BTG fez doações até a candidatos de partidos nanicos, como PMN (R$ 140 mil) e PSDC (R$ 20 mil).
A maior doação do BTG Pactual foi à campanha da presidente Dilma Rousseff: R$ 9,5 milhões. Aécio Neves (PSDB), por sua vez, recebeu R$ 5,2 milhões.
Em 2014, o Banco BTG Pactual doou R$ 29,3 milhões para candidatos a governos, Câmara, Senado e Presidência. Já o BTG Pactual Asset Management S.A. Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários , R$ 4,1 milhões; o BTG Pactual comercializadora de energia, R$ 2 milhões; o BTG Pactual Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A., R$ 4 milhões; o BTG Gestora de Recursos, R$ 2,1 milhões; e o BTG Pactual Serviços Financeiros S.A. Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, R$ 1 milhão.
As doações do BTG Pactual feitas à campanha de Delcídio Amaral em Mato Grosso do Sul representam apenas 2,5% do total arrecadado pela campanha. As empresas que mais doaram foram: Odebrecht (R$2,9 milhões), Andrade Gutierrez (R$ 2,8 milhões) e UTC (R$2,3 milhões). Essas três empresas são investigadas pela Operação Lava-Jato e os seus dirigentes são acusados de pagar propina em troca de contratos com a Petrobras.
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