• Apontado como um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras, Zwi Skornicki convidou ex- tesoureiro do PT e cúpula da Petrobras para aniversário do filho mais novo
Juliana Castro - O Globo
Relatório produzido pela Polícia Federal aponta que o empresário Zwi Skornicki, tido como um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras e preso na 23 ª fase da Operação Lava- Jato, tinha relação próxima com o ex- tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outros diretores da estatal indicados por petistas. Segundo o documento, Skornicki convidou Vaccari e outros membros da cúpula da Petrobras para o aniversário de seu filho mais novo, Bernardo.
Além do ex-tesoureiro do PT, condenado há 15 anos e preso em Curitiba, Skornicki chamou para a festa o ex-diretor de Serviços Renato Duque, o ex-diretor da área Internacional Jorge Zelada e o ex-gerente Pedro Barusco. Por ironia, foi Barusco quem, em delação premiada, trouxe o nome do empresário polonês à tona. Condenados, Duque e Zelada estão presos. Já o ex-gerente, apesar de ter sido condenado, está em prisão domiciliar em virtude da delação. O documento da PF aponta que também foram convidados para a festa outros operadores do esquema.
O relatório diz que Skornicki comprou aparelhos de ginástica para Duque como forma de pagamento de propina e bancou a execução de serviços e a instalação de equipamentos na residência de Armando Tripoli, ex- chefe de gabinete de José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras de 2005 a 2012.
O nome de Skornicki — representante desde 2000 da Keppel Fels, uma empresa de Cingapura — apareceu na 9 ª fase da Lava- Jato, denominada “My way”, deflagrada em fevereiro do ano passado. Na ocasião, ele foi levado a depor e ficou calado. A acusação era a de que ele operava pagamento de propina no âmbito do estaleiro Keppel Fels de 2003 a 2013 e era responsável pela transferência de valores a Duque, Barusco e ao PT, por meio de Vaccari.
Na 23 ª fase da Lava- Jato, a acusação é a de que ele enviou dinheiro ao marqueteiro do PT João Santana por meio de uma offshore. Em entrevista ao GLOBO na época da fase “My way”, Skornicki foi questionado sobre sua relação como ex- tesoureiro do PT:
— Conheço ( o Vaccari). Quando teve inauguração das plataformas, da 52 e da 56, ele esteve junto.
Skornicki disse que, como representante da Keppel Fels, encontravase com Duque, Zelada e Barusco:
— Quando encontrava o doutor Barusco, o doutor Zelada ou o doutor Duque era quando eles iam em Cingapura ver os andamentos das obras (das plataformas).
Durante a entrevista, o polonês afirmou que conhecia Duque, indicado do PT para a Diretoria de Serviços, desde 1992. Nessa época, ele trabalhava na Odebrecht e Duque, na área de Exploração e Produção da Petrobras. O empresário negou envolvimento no esquema de corrupção:
— Sou transparente, trabalhei pesado, tenho tudo no meu nome. Não escondo nada, não tenho laranja.
Para a PF, no entanto, Skornicki e sua mulher, Eloisa, ocultaram das autoridades brasileiras seis contas no exterior.
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