• Senador fez discurso no Palácio dos Bandeirantes após reunião com lideranças tucanas; deputado Silvio Torres disse que não há chance de serem realizadas eleições gerais
Pedro Venceslau e Elisabeth Lopes - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Em um evento formatado para vender a imagem de unidade do PSDB, o senador Aécio Neves, presidente do partido, disse nesta sexta-feira, 8, em discurso feito no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, que os tucanos não serão "beneficiários" do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"O PSDB reafirma o seu compromisso absoluto com a interrupção do mandato da presidente Dilma pela via constitucional do impeachment: 100% do partido apoia o afastamento", afirmou o tucano. "O PSDB não é beneficiário dessa solução", concluiu.
Às vésperas da semana decisiva do processo de impeachment na Câmara, o governador Geraldo Alckmin reuniu as principais lideranças do PSDB na Câmara, dois governadores da sigla, Beto Richa (PR) e Pedro Taques (MT), o ex - presidente Fernando Henrique Cardoso e o senadores Aloysio Nunes e José Serra, que não participou na entrevista coletiva.
Em sua fala, Alckmin ressaltou que o momento é "unidade" em benefício do povo brasileiro. "O quadro político é de extrema gravidade e precisa ser aliviado. A população brasileira quer mudança. Nós temos lado, o lado da mudança". Tucanos dizem que durante o encontro houve unanimidade sobre a rejeição a proposta de realizar eleições gerais, que é defendida por parte do PMDB e era o mote da oposição até pouco tempo.
O secretário geral do PSDB, deputado Silvio Torres (SP), classificou como "absurda" a proposta. "Não há a menor chance de realizar eleições gerais", afirmou ele aos jornalistas. Segundo ele, o tema de maior divergência entre os tucanos, a participação do PSDB em um eventual ministério de Temer, será debatido em outro momento. Após o encontro, parte da comitiva seguiu com Aécio Neves para um evento organizado pela Força Sindical para dar apoio a Temer.
Andrade Gutierrez. Aécio Neves também rebateu a argumentação do governo de que tanto a campanha dele em 2014 como a da presidente Dilma Rousseff receberam dinheiro das mesmas empreiteiras, inclusive da Andrade Gutierrez.
"Uma coisa é financiamento de campanha, outra coisa é o achaque. O PT tem que responder às acusações que lhe são feitas. Nós recebemos de várias empresas, mas não se esqueça, somos oposição. Que influência teríamos no benefício dessas empresas? Ao contrário, isso não está sendo sequer questionado", afirmou o tucano rapidamente ao deixar um ato pró-impeachment em São Paulo e retornar para Brasília.
O ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, fechou recentemente delação premiada - homologada no Supremo Tribunal Federal (STF). O executivo traz dados em sua delação de que as doações das campanhas de 2010 e 2014 para a presidente Dilma Rousseff foram fruto de propina, de superfaturamento de contratos em obras da Petrobras e do setor elétrico.
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