- Folha de S. Paulo
Mais impopular, derrapando na economia, sem o aval incondicional do mercado e acuado por crises políticas. Assim chega o governo do presidente Michel Temer nesta reta final de ano.
Tudo perdido? Não. Apesar de terminar 2016 enfraquecido, o governo Temer mantém sua força dentro do Congresso, que pode ser considerado seu último bastião ainda praticamente intacto apesar de todo tiroteio sofrido nas últimas semanas.
Ali, aprovou na semana passada o teto dos gastos públicos e o Orçamento da União, além da admissibilidade da reforma da Previdência. Não é pouca coisa para um governo visto como fraco e impopular.
Por sinal, o Legislativo é o território preferido de Michel Temer, onde comandou por três vezes a Câmara dos Deputados. Do seu campo predileto e estratégico, ele cuida pessoalmente para não perder poder.
Não por outro motivo já começa a delinear alteração ministerial no início do próximo ano para recompor suas forças no Congresso Nacional, de olho nas feridas que podem ser deixadas pela sucessão da presidência da Câmara dos Deputados.
Entre aliados, há quem defenda que o presidente aproveite a reforma ministerial para escalar nomes acima de qualquer suspeita, vindos do setor privado e da sociedade civil, para recuperar a confiança em sua administração. Algo prometido logo que assumiu, mas foi descartado em seguida por Temer.
Por sinal, o mesmo motivo do passado é levantado agora. Não adiantaria montar um ministério de notáveis sem votos no Congresso, local onde o peemedebista mantém sua força para aprovar medidas e escapar de qualquer processo de impeachment.
Talvez Temer pudesse fazer um mix. Precisa, porém, convencer os aliados a conter seu apetite por cargos. Algo difícil num momento em que quase todos em Brasília estão fragilizados pela Lava Jato. Diante do risco que os ronda, ninguém quer abrir mão do poder que lhe resta.
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