- Folha de S. Paulo
Salário-mínimo de R$ 1.000, autorização para ministros, parlamentares e procuradores viajarem de classe executiva e um rombo no orçamento de quase R$ 180 bilhões. Quase 70 sugestões foram apresentadas para modificar a proposta que aumenta o rombo nas contas do governo federal de 2017 e 2018 para R$ 159 bilhões.
O projeto precisa ser aprovado pela comissão de Orçamento e pelo Congresso nesta semana. Qualquer resultado fora do script obrigará o governo a refazer toda a previsão de gastos e despesas do próximo ano.
Nenhuma dessas sugestões parece ter como objetivo contribuir para uma melhora efetiva daquele que é hoje o principal problema não só para o atual governo, mas também para o próximo.
A crise fiscal tem sido subestimada pelo Congresso, mais preocupado com a reforma política, e por pré-candidatos ao Planalto.
O assunto pode não ser dos mais populares, principalmente para políticos que viajam pelo Nordeste vendendo ilusões, mas é esta a maior ameaça ao sucesso do próximo governo.
O presidente Michel Temer não conseguirá fazer todas as privatizações e reformas prometidas até o final de seu mandato. E ao próximo presidente caberá não só manter na pauta esse conjunto de medidas impopulares, mas também conviver com no mínimo dois anos de grandes rombos orçamentários e baixo crescimento.
Na melhor das hipóteses, será um retorno a 2003, início dos governos petistas, quando o país conviveu com desemprego alto e baixo crescimento até ser salvo pelo boom de commodities que beneficiou todo o mundo emergente.
Na pior, será uma volta aos anos 1980, período maldito na história econômica brasileira que já começa a ser citado em relatórios do setor financeiro e também em algumas áreas do governo.
Ao vencedor, as bravatas.
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