Ex-tesoureiro do PT teve sentença de cinco anos de prisão por lavagem
- O Globo
-SÃO PAULO- O juiz Sérgio Moro condenou ontem o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal “Diário do Grande ABC”, ambos a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro na Operação Lava-Jato. Eles foram considerados culpados pelo juiz na ação que apura um empréstimo de R$ 12 milhões feito no Banco Schahin para supostamente beneficiar o PT em 2004. Ronan foi preso na 27ª fase da Lava-Jato, enquanto Delúbio foi alvo de condução coercitiva em abril do ano passado. Os dois devem continuar em liberdade enquanto a sentença não for confirmada em segunda instância.
A investigação mostrou que esse empréstimo foi feito em nome do pecuarista José Carlos Bumlai. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), metade do valor foi destinado a Ronan. Antes de chegar ao empresário do ABC, o dinheiro passou pelas contas bancárias de duas outras empresas para ocultar o real beneficiário: Bertin e Remar. Em outra ação da Lava-Jato, Bumlai afirma ter quitado o empréstimo por meio da entrega de sêmen de boi ao Banco Schahin. Para o MPF, porém, essa versão é falsa e os valores foram pagos a partir da contratação da Schahin pela Petrobras para operar o navio-sonda 10.000.
Para Moro, Delúbio solicitou o empréstimo no banco para o partido do qual era tesoureiro, mas usou o nome de outra pessoa, Bumlai. Na sentença, o juiz escreveu que Delúbio tem “maus antecedentes" ao lembrar sua condenação por corrupção ativa no mensalão, na qual foi condenado a seis anos e oito meses de prisão no regime semiaberto pelo crime de corrupção ativa. Preso em novembro de 2013, ele foi autorizado, em setembro de 2014, a cumprir pena em prisão domiciliar.
A investigação não foi capaz de esclarecer por que Ronan recebeu os R$ 6 milhões. Durante o processo, o doleiro Alberto Youssef e o publicitário Marcos Valério afirmaram que o empresário chantageou o PT, embora não tenham dado detalhes.
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