Por Fernando Taquari | Valor Econômico
SÃO PAULO - A oficialização da pré-candidatura presidencial do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) encerra, ainda que temporariamente, as conversas com o PSDB em torno de uma aliança nacional. Assim reconheceu ontem o presidenciável tucano, o ex-governador Geraldo Alckmin.
"O que temos que fazer agora? Temos que conversar neste momento com quem não tem candidato", disse Alckmin após encontro, na capital paulista, com empresários do setor varejista. "Acho difícil em um quadro tão pluripartidário, como nós temos no Brasil, você ter uma candidatura única [do centro]", acrescentou o tucano de forma resignada.
Embora tenha descartado por ora a possibilidade de uma aliança com outros partidos que já apresentaram pré-candidatos ao Planalto, como o MDB, Alckmin deixou a porta aberta para um futuro acordo. "Acho sempre louvável você procurar fazer uma convergência democrática. Tem tempo", frisou.
De olho na eleição presidencial, o tucano tem negociações avançadas com PTB, PSD, PPS e PV. No PSDB existe ainda a expectativa de que uma eventual aliança com o DEM, que tem o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), como pré-candidato, possa trazer por tabela o apoio do PP, PR e Solidariedade.
Durante o almoço com os empresários do varejo, Alckmin foi questionado sobre o perfil ideal de seu vice. Para a plateia, disse que gostaria de ter uma mulher na chapa. Não revelou, contudo, quem poderia assumir esse papel. Aos jornalistas, ao fim da reunião, repetiu a preferência por uma mulher, sem entrar em detalhes, e acrescentando que a decisão ficará para julho.
Alvo de investigações do Ministério Público por suspeita de receber dinheiro de caixa dois em campanhas passadas, Alckmin rejeitou a ideia de que o pedido de prisão do ex-governador Eduardo Azeredo, condenado por crimes de lavagem e peculato no caso conhecido como 'mensalão tucano', comprometa o discurso ético do PSDB.
"Isso mostra que as instituições funcionam e que Justiça não é vermelha, azul, amarela ou verde", declarou. Em sua opinião, não há necessidade de a sigla tomar qualquer medida em relação ao correligionário, já que, segundo Alckmin, ele está afastada da vida partidária há quase 10 anos. "Partido grande no mundo inteiro pode ter desvio de conduta", disse o tucano.
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