Gabriel Manzano Filho
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Longe vão os tempos em que o PT era um partido "socialista, ético, jovem, até mesmo romântico". O curso da história o reduziu a um papel menor, o de "levar seu fundador, Luiz Inácio Lula da Silva, ao poder e a mantê-lo lá".
Assim a revista The Economist descreve, na edição desta semana, o drama petista, num artigo em que sustenta, também, a tese de que "começou a ficar torto" o plano do presidente brasileiro de fazer da ministra Dilma Rousseff a sua sucessora, por causa do enfraquecimento e das divisões internas do PT.
O texto reafirma uma atitude que se tornou habitual na revista: elogiar os feitos econômicos do governo Lula e desfeitear suas maneiras de conduzir a política. Desta vez, sob o título Uma força ferida em busca de um novo ritmo, a revista afirma que as recentes mudanças no comportamento petista "trouxeram desapontamento e compromissos que agora lhe trazem danos". Em seguida, detalha a saída da ex-ministra Marina Silva (AC) e do deputado Flávio Arns (PR). E descreve o apoio de Lula ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), "o tipo do líder político antiquado que muita gente do PT entrou na política justamente para expulsá-lo de lá". E arremata com a avaliação do cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília: "Lula não teve escolha. Mas quase destruiu o PT."
Os incidentes recentes trouxeram à luz, diz o texto, problemas que o sucesso do PT havia camuflado e o maior deles é que, quanto à sucessão de Lula, "nunca se cuidou de um plano B". Dilma é descrita como "impressionantemente competente", mas "sem o carisma do presidente". Além disso enfrentou problemas práticos, com o câncer linfático, e os desacertos com informações falsas em um currículo universitário e o vaivém sobre o suposto encontro com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira.
FATOR MARINA
Mas o pior para Dilma, segundo a Economist, foi a chegada à disputa eleitoral da senadora Marina Silva - pois ela "tem muitas qualidades que lhe faltam". Embora "não seja também muito carismática", é uma das poucas figuras da política brasileira "com uma biografia que rivaliza com a de Lula". É improvável, diz a revista, que Marina chegue à Presidência, "mas ela pode de fato tirar muitos votos de Dilma".
Sobram críticas, também, para o futuro partido da senadora acreana. Para a revista, o Partido Verde "perdeu seu ímpeto moral em algum lugar de Brasília" - uma ironia ao fato de que seu líder na Câmara é Zequinha Sarney, justamente o filho do político que levou Lula a agravar a crise petista.
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Longe vão os tempos em que o PT era um partido "socialista, ético, jovem, até mesmo romântico". O curso da história o reduziu a um papel menor, o de "levar seu fundador, Luiz Inácio Lula da Silva, ao poder e a mantê-lo lá".
Assim a revista The Economist descreve, na edição desta semana, o drama petista, num artigo em que sustenta, também, a tese de que "começou a ficar torto" o plano do presidente brasileiro de fazer da ministra Dilma Rousseff a sua sucessora, por causa do enfraquecimento e das divisões internas do PT.
O texto reafirma uma atitude que se tornou habitual na revista: elogiar os feitos econômicos do governo Lula e desfeitear suas maneiras de conduzir a política. Desta vez, sob o título Uma força ferida em busca de um novo ritmo, a revista afirma que as recentes mudanças no comportamento petista "trouxeram desapontamento e compromissos que agora lhe trazem danos". Em seguida, detalha a saída da ex-ministra Marina Silva (AC) e do deputado Flávio Arns (PR). E descreve o apoio de Lula ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), "o tipo do líder político antiquado que muita gente do PT entrou na política justamente para expulsá-lo de lá". E arremata com a avaliação do cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília: "Lula não teve escolha. Mas quase destruiu o PT."
Os incidentes recentes trouxeram à luz, diz o texto, problemas que o sucesso do PT havia camuflado e o maior deles é que, quanto à sucessão de Lula, "nunca se cuidou de um plano B". Dilma é descrita como "impressionantemente competente", mas "sem o carisma do presidente". Além disso enfrentou problemas práticos, com o câncer linfático, e os desacertos com informações falsas em um currículo universitário e o vaivém sobre o suposto encontro com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira.
FATOR MARINA
Mas o pior para Dilma, segundo a Economist, foi a chegada à disputa eleitoral da senadora Marina Silva - pois ela "tem muitas qualidades que lhe faltam". Embora "não seja também muito carismática", é uma das poucas figuras da política brasileira "com uma biografia que rivaliza com a de Lula". É improvável, diz a revista, que Marina chegue à Presidência, "mas ela pode de fato tirar muitos votos de Dilma".
Sobram críticas, também, para o futuro partido da senadora acreana. Para a revista, o Partido Verde "perdeu seu ímpeto moral em algum lugar de Brasília" - uma ironia ao fato de que seu líder na Câmara é Zequinha Sarney, justamente o filho do político que levou Lula a agravar a crise petista.
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