DEU NO JORNAL DO COMMERCIO(PE)
Peemedebista lamenta quadro de acomodação da opinião pública e setores da sociedade organizada diante da crise ética no Senado Federal, para ele fruto da impunidade que vem sendo marca no País
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) questionou ontem o que chamou de “acomodação da opinião pública” e de setores da sociedade organziada. A leitura do parlarmentar diante da “tímida” repercussão – nas ruas – da crise do Senado é de que houve uma acomodação em virtude da impunidade. “Acho que a impunidade se incorporou à paisagem. E também a corrupção no Brasil, a desilusão”, declarou em entrevista à Rádio JC-CBN.
“Há cinco anos, qualquer denúncia contra um senador fazia ele correr logo para a tribuna para negá-la, negar pela negação, com veemência, responsabilizando o órgão que acusa como leviano. Hoje, a Veja traz uma matéria de capa e você encontra o camarada palitando os dentes no corredor (do Senado), rindo. Parece que está indo para praia”, afirmou.
Para o senador peemedebista, há uma diferenciação na conduta popular e muitas coisas devem ter colaborado para isso, como a impunidade, a falta de resultados. “Um exemplo é o caso do caseiro de ontem (anteontem). Ele é que foi punido”, criticou, referindo-se à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitando a denúncia do Ministério Público contra o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP). Palocci era acusado da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Para Jarbas, Palocci é um “poderoso”.
“Não me surpreendi com a sua absorvição”.
O político cita também como exemplo a fraca reação popular quanto à censura sofrida pelo Jornal O Estado de S.Paulo, impedido de publicar reeportagens sobre o filho de Sarney. “A não ser a própria mídia que protesta, não vi um manifesto. A reação no Congresso é tímida. No momento como esse, (não se pode) admitir conviver com a censura”, ressalta.
O senador questionou ainda a anemia dos estudantes e classificou a UNE como “chapa branca do governo”. “Hoje ela vai às ruas defender a Petrobras porque financia a entidade”.
Para o senador, a reação da população no escândalo que envolveu o senador Renan Calheiros foi mais exacerbada. “Renan não suportou a pressão. Sarney tem uma compreensão diferente. Pensa como há 50 anos. Pensa que está acima do bem e do mal. Já tinha sensação de ser alguém incomum e Lula ratificou. Acha que a lei não o atinge”.
Jarbas entende que o Senado chegou “ao fundo do poço”. Por isso, não se candidataria hoje para disputar o mandato. O peemedebista confessa que ir ao Senado se tornou desestimulante. “Não há estímulo de conviver com a tropa de choque”. Com essa tropa, disse que não iria para o Conselho de Ética (no episódio que arquivou as denúncias contra Sarney). O senador falou ainda do desconforto de estar no PMDB mas espera encontrar um desfecho para isso com a reforma política. “Não deixo o PMDB pois teria de ir para outro partido e não vou”.
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