DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Um dia depois de demitir uma ministra por acusação de lobby na Casa Civil, presidente volta a atacar jornais
Ataques do presidente são repetidos por Dilma, que evitou falar sobre as suspeitas de tráfico de influência na sua gestão
Paulo Peixoto
Enviado especial a Juiz de Fora (MG)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar ontem a imprensa ao dizer que "alguns jornais" não são neutros e insinuar que eles apoiam a candidatura presidencial de José Serra (PSDB). Disse que os jornais "inventam coisas" contra ele.
As críticas foram feitas um dia depois de Lula demitir a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, ex-braço direito da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, depois de duas acusações de lobby envolvendo seus familiares em órgãos do governo.
Por 29 minutos Lula ironizou a oposição e criticou os jornais. Falou na condição de "cabo eleitoral" de Dilma, conforme ele próprio disse, durante comício da petista em Juiz de Fora (MG).
Dilma também atacou, afirmando que a oposição se utiliza de "calúnias e falsidades" contra o governo.
Para Lula, os jornais deveriam ter assumir "as cores do partido que defendem".
"Essa gente não nos perdoa."
Para o presidente, "quem faz oposição neste país -eles ficam doidos-, é determinado tipo de imprensa".
Lula chegou a falar que a imprensa inventa fatos contra ele. "Ah! Como inventam coisa contra o Lula", disse, acrescentando que não teria 80% de aprovação, mas "zero", se dependesse da mídia.
Os ataques começaram quando o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT), candidato ao Senado, afirmou que a oposição percebe que vai perder a disputa e parte para "outros métodos", usando a imprensa como meio de propagação.
"Se não conseguem pelo voto, tentam pela calúnia e pela baixaria que plantam nos jornais", afirmou.
Pimentel foi afastado do comando da campanha de Dilma depois de comandar um "grupo de inteligência" na pré-campanha, que recebeu papeis com dados sobre aliados e familiares de Serra.
Logo depois, sempre sem citar o escândalo na Casa Civil, foi a vez de Dilma atacar.Mais cedo, durante entrevista coletiva, ela se negou a falar sobre as acusações, que se referem ao período em que ela ainda era a ministra.
"Diante da eleição, aqueles que temem perder no voto utilizam de mecanismos, utilizam de calúnias e falsidades. Por isso é importante que vocês estejam atentos e percebam que isso acontece sempre 15 dias antes das eleições", disse, no palanque.
Foi uma referência velada ao caso dos "aloprados", em que petistas foram flagrados com R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo para comprar um dossiê contra Serra.
Um dia depois de demitir uma ministra por acusação de lobby na Casa Civil, presidente volta a atacar jornais
Ataques do presidente são repetidos por Dilma, que evitou falar sobre as suspeitas de tráfico de influência na sua gestão
Paulo Peixoto
Enviado especial a Juiz de Fora (MG)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar ontem a imprensa ao dizer que "alguns jornais" não são neutros e insinuar que eles apoiam a candidatura presidencial de José Serra (PSDB). Disse que os jornais "inventam coisas" contra ele.
As críticas foram feitas um dia depois de Lula demitir a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, ex-braço direito da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, depois de duas acusações de lobby envolvendo seus familiares em órgãos do governo.
Por 29 minutos Lula ironizou a oposição e criticou os jornais. Falou na condição de "cabo eleitoral" de Dilma, conforme ele próprio disse, durante comício da petista em Juiz de Fora (MG).
Dilma também atacou, afirmando que a oposição se utiliza de "calúnias e falsidades" contra o governo.
Para Lula, os jornais deveriam ter assumir "as cores do partido que defendem".
"Essa gente não nos perdoa."
Para o presidente, "quem faz oposição neste país -eles ficam doidos-, é determinado tipo de imprensa".
Lula chegou a falar que a imprensa inventa fatos contra ele. "Ah! Como inventam coisa contra o Lula", disse, acrescentando que não teria 80% de aprovação, mas "zero", se dependesse da mídia.
Os ataques começaram quando o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT), candidato ao Senado, afirmou que a oposição percebe que vai perder a disputa e parte para "outros métodos", usando a imprensa como meio de propagação.
"Se não conseguem pelo voto, tentam pela calúnia e pela baixaria que plantam nos jornais", afirmou.
Pimentel foi afastado do comando da campanha de Dilma depois de comandar um "grupo de inteligência" na pré-campanha, que recebeu papeis com dados sobre aliados e familiares de Serra.
Logo depois, sempre sem citar o escândalo na Casa Civil, foi a vez de Dilma atacar.Mais cedo, durante entrevista coletiva, ela se negou a falar sobre as acusações, que se referem ao período em que ela ainda era a ministra.
"Diante da eleição, aqueles que temem perder no voto utilizam de mecanismos, utilizam de calúnias e falsidades. Por isso é importante que vocês estejam atentos e percebam que isso acontece sempre 15 dias antes das eleições", disse, no palanque.
Foi uma referência velada ao caso dos "aloprados", em que petistas foram flagrados com R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo para comprar um dossiê contra Serra.
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