domingo, 7 de outubro de 2012

A grande chance da oposição


Com o PT enfraquecido, a disputa de hoje nas urnas representa a possibilidade de reconstrução para o DEM, o PPS e o PSDB. Líderes dos partidos apostam numa "fadiga eleitoral" dos petistas

Karla Correia, Paulo de Tarso Lyra

Depois de 10 anos de PT no comando do governo federal, a corrida municipal deste ano é a grande chance dos partidos de oposição reconstruírem seus alicerces e voltarem a se projetar como competidores de peso para as eleições gerais de 2014. Puxados pelos tucanos, as legendas oposicionistas planejam um desempenho melhor do que nas disputas anteriores. O PSDB cresceu no Nordeste, o DEM tenta ressurgir e até o PPS quer tornar-se mais competitivo. “O eleitorado está cansado do jeito PT de governar o país. Há uma fadiga de material”, disse o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE). O partido tem 11 candidatos competitivos em capitais e quer crescer também nas cidades com mais de 150 mil habitantes.

A maior aposta tucana é em São Paulo, onde se concentra o maior embate com o PT. Na pesquisa do instituto Datafolha, divulgada na tarde de ontem, José Serra (PSDB) retoma o primeiro lugar com 28% dos votos válidos. A partir do levantamento, registrado no TSE, Celso Russomanno (PRB) tem 27% e Fernando Haddad, com 24%, em quadro de triplo empate técnico.

No cenário nacional, Sérgio Guerra não teme o esforço que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez para ajudar a eleger os seus aliados. O tucano lembra que Lula nunca conseguiu transferir os votos nas eleições municipais com o mesmo êxito que demonstrou no plano federal. Além disso, o PT está, segundo ele, perdendo a interlocução com setores da sociedade menos dependentes do governo central. “Quanto mais eles percebem isso, mais tentam colar na magia do Lula. Mas essa mágica está minguando”, completou. 

Ainda sob os efeitos da sangria provocada pela dissidência que levou à criação do PSD, o DEM decidiu apostar naqueles candidatos que apresentaram bom desempenho já na largada da campanha. No cenário atual, a legenda é favorita em Aracaju: João Alves (DEM) aparece com 51% das intenções de voto na capital sergipana, com chances de encerrar a disputa já no primeiro turno, se os institutos de pesquisa estiverem corretos. O partido ainda deve ir para o segundo turno em Salvador, Macapá e Fortaleza, avalia o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN).

Embate
“Nós não tínhamos nenhuma prefeitura de capital. Temos grandes chances de já ter uma no primeiro turno e somos competitivos em outras três. Aconteça o que acontecer, isso já é uma vitória, um crescimento do partido”, acredita Agripino. Seguindo a lógica de investir nos candidatos com bom desempenho desde o início da disputa, cidades como Vila Velha (ES), Feira de Santana (BA), Itabuna (BA) e Mossoró (RN) entraram no radar da legenda.

Tradicional reduto do DEM, Mossoró é palco de embate entre Agripino e Lula. Derrotar o desafeto e tirar do partido importante entreposto político no Nordeste entrou no elenco de prioridades do ex-presidente.

O PPS preferiu se dedicar a fortalecer vereadores e concentrar esforços em cidades de médio porte no interior. Hoje, o partido está à frente em 116 cidades.

Os planos

Confira a distribuição atual de prefeitos e meta de cada um dos partidos da base governista na eleição de hoje

PMDB
Prefeitos hoje
1.138 
Meta
1,3 mil a 1,5 mil

PSDB
Prefeitos 
735
Meta 
800

PT
Prefeitos 
563
Meta 
Não divulga 

PP
Prefeitos hoje
514
Meta
570

DEM
Prefeitos 
393
Meta 
Não divulga

PR
Prefeitos hoje
388 
Meta
Manter, ao menos, o mesmo número

PTB
Prefeitos hoje
370 
Meta
550 a 650

PDT
Prefeitos hoje
340 
Meta
450 a 500

PSB
Prefeitos hoje
306 
Meta 
500 a 600

PPS
Prefeitos 
116
Meta 
Não divulga 

PCdoB
Prefeitos hoje
48 
Meta
100


Fonte: Correio Braziliense 

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