Com o PT enfraquecido, a disputa de hoje nas urnas representa a possibilidade
de reconstrução para o DEM, o PPS e o PSDB. Líderes dos partidos apostam numa
"fadiga eleitoral" dos petistas
Karla Correia, Paulo de Tarso Lyra
Depois de 10 anos de PT no comando do governo federal, a corrida municipal
deste ano é a grande chance dos partidos de oposição reconstruírem seus
alicerces e voltarem a se projetar como competidores de peso para as eleições
gerais de 2014. Puxados pelos tucanos, as legendas oposicionistas planejam um
desempenho melhor do que nas disputas anteriores. O PSDB cresceu no Nordeste, o
DEM tenta ressurgir e até o PPS quer tornar-se mais competitivo. “O eleitorado
está cansado do jeito PT de governar o país. Há uma fadiga de material”, disse
o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE). O partido tem 11
candidatos competitivos em capitais e quer crescer também nas cidades com mais
de 150 mil habitantes.
A maior aposta tucana é em São Paulo, onde se concentra o maior embate com o
PT. Na pesquisa do instituto Datafolha, divulgada na tarde de ontem, José Serra
(PSDB) retoma o primeiro lugar com 28% dos votos válidos. A partir do
levantamento, registrado no TSE, Celso Russomanno (PRB) tem 27% e Fernando
Haddad, com 24%, em quadro de triplo empate técnico.
No cenário nacional, Sérgio Guerra não teme o esforço que o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva fez para ajudar a eleger os seus aliados. O tucano lembra
que Lula nunca conseguiu transferir os votos nas eleições municipais com o
mesmo êxito que demonstrou no plano federal. Além disso, o PT está, segundo
ele, perdendo a interlocução com setores da sociedade menos dependentes do
governo central. “Quanto mais eles percebem isso, mais tentam colar na magia do
Lula. Mas essa mágica está minguando”, completou.
Ainda sob os efeitos da sangria provocada pela dissidência que levou à criação
do PSD, o DEM decidiu apostar naqueles candidatos que apresentaram bom
desempenho já na largada da campanha. No cenário atual, a legenda é favorita em
Aracaju: João Alves (DEM) aparece com 51% das intenções de voto na capital
sergipana, com chances de encerrar a disputa já no primeiro turno, se os
institutos de pesquisa estiverem corretos. O partido ainda deve ir para o
segundo turno em Salvador, Macapá e Fortaleza, avalia o presidente do DEM,
senador José Agripino Maia (RN).
Embate
“Nós não tínhamos nenhuma prefeitura de capital. Temos grandes chances de já
ter uma no primeiro turno e somos competitivos em outras três. Aconteça o que
acontecer, isso já é uma vitória, um crescimento do partido”, acredita
Agripino. Seguindo a lógica de investir nos candidatos com bom desempenho desde
o início da disputa, cidades como Vila Velha (ES), Feira de Santana (BA),
Itabuna (BA) e Mossoró (RN) entraram no radar da legenda.
Tradicional reduto do DEM, Mossoró é palco de embate entre Agripino e Lula.
Derrotar o desafeto e tirar do partido importante entreposto político no
Nordeste entrou no elenco de prioridades do ex-presidente.
O PPS preferiu se dedicar a fortalecer vereadores e concentrar esforços em
cidades de médio porte no interior. Hoje, o partido está à frente em 116
cidades.
Os planos
Confira a distribuição
atual de prefeitos e meta de cada um dos partidos da base governista na eleição
de hoje
PMDB
Prefeitos hoje
1.138
Meta
1,3 mil a 1,5 mil
PSDB
Prefeitos
735
Meta
800
PT
Prefeitos
563
Meta
Não divulga
PP
Prefeitos hoje
514
Meta
570
DEM
Prefeitos
393
Meta
Não divulga
PR
Prefeitos hoje
388
Meta
Manter, ao menos, o mesmo número
PTB
Prefeitos hoje
370
Meta
550 a 650
PDT
Prefeitos hoje
340
Meta
450 a 500
PSB
Prefeitos hoje
306
Meta
500 a 600
PPS
Prefeitos
116
Meta
Não divulga
PCdoB
Prefeitos hoje
48
Meta
100
Fonte: Correio Braziliense
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