Ricardo Rodrigues
Um dia após a Confederação Nacional da Indústria divulgar pesquisa CNI/Ibope que conferiu à Dilma Rousseff maior popularidade que a do ex-presidente Lula no 1º mandato, o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), afirmou ao Hoje em Dia que o governador Eduardo Campos (PSB-PE) é “o fato novo da política brasileira”.
Fiel seguidor das empreitadas tucanas, ele insinua que o PPS pode dar apoio a seu conterrâneo Campos em 2014, mas advoga que até as eleições, o bordão será “todos contra Dilma”. O primeiro ensaio desse bloco será na conferência política do PPS (11 a 13 de abril), na Câmara, em Brasília, com as aguardadas performances dos convidados Eduardo Campos, Aécio Neves (PSDB) e Fernando Gabeira (PV-RJ), ligado à ex-senadora Marina Silva.
O PPS terá candidato próprio ou apoiará outro nome da oposição?
Quatro alternativas estão sendo pensadas: Aécio Neves, nome de maior entrosamento e relacionamento com o PPS; Marina Silva, apoiada pelos ‘marinês’ do PPS; tem o fato novo, Eduardo Campos (PSB), uma fratura na base governista. Também a minha candidatura é avaliada. Na ordem, internamente, a preferência é Eduardo Campos, Aécio Neves e Marina Silva.
Acenar para vários candidatos não é indicativo de falta de rumo?
Não estamos sem rumo. Temos que derrotar esse bloco que está no poder, incompetente e corrupto. Apesar de ser o mais preparado, José Serra é uma hipótese que o partido não está analisando.
Como e quando votar reformas pendentes no calendário político?
A solução é tirar o PT do governo. O processo de reformas está parado no Congresso porque o governo só se preocupa com a popularidade. Não enfrenta as razões da crise, que vai se aprofundar. Há uma inércia difícil de se reverter, a começar do repique inflacionário, do ‘Pibinho’ e do processo de desindustrialização no país. O governo não toma nenhuma atitude.
PPS fará a conferência Desafios do Brasil. Para onde caminha o país?
Vamos discutir com as forças da esquerda democrática brasileira o projeto político para o país, onde os desafios não estão sendo devidamente resolvidos. Diante da crise econômica que coloca todas as forças de esquerda na posição de perplexidade, vamos discutir qual é a visão da esquerda do Brasil e do mundo. A conferência está em aberto para discutir temas da governança local. A esquerda é chamada a apontar qual é o caminho. Não há consenso sobre o quê fazer.
O sr. trocou o domicílio eleitoral com o apoio de José Serra. Agora, volta a Pernambuco. O PPS deixou seu projeto político em São Paulo?
Em 2010, foi decisão do PPS e minha. Não teve ajuda do Serra. Uma coisa não tem a ver com a outra. Nossa avaliação política era de que o PPS precisa se fortalecer nos principais colégios eleitorais. Poderia ir para o Rio ou para Minas, onde tive boa votação (em 1989).
A fusão com outros partidos é prioridade?
É salutar para a política que os partidos discutam mais. O PT ampliou o espaço para o Brasil sebastianista, do salvador da República. A presença do senador Aécio Neves como provável candidato do PSDB deu fôlego a esse processo pré-eleitoral. O confronto de ideias cria dinamismo na política. Quanto à fusão, só debate interno e conversa com o PMN. Não sei se terá continuidade e resultado.
Fonte: Hoje em Dia (MG)
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