O flerte entre o PDT e o PSB do governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, começa a ganhar a simpatia de integrantes históricos da legenda trabalhista. Visto como uma das principais vozes do Senado Federal, o senador Cristovam Buarque (PDT) disse ontem ver com "simpatia" a postulação do governador, mostrando-se disposto a defender publicamente a candidatura do pernambucano."Tenho muita simpatia pela alternativa que o governador Eduardo representa porque entendo que estamos encerrando um ciclo que vem desde o (ex-presidente) Itamar Franco. O modelo é o mesmo, apenas com diferenças de personalidade, sendo baseado em quatro pilares: democracia, estabilidade, programas de bolsas e busca pelo crescimento, que precisa ser modificado", analisou o senador, que foi candidato a presidente em 2006, em entrevista por telefone ao JC.
Esclarecendo que o PDT é hoje totalmente centrado na figura do seu presidente nacional, Carlos Lupi, que em 2011 saiu do Ministério do Trabalho por denúncias de corrupção, Buarque alertou que a legenda precisa se posicionar rapidamente no cenário eleitoral de 2014. "Está ficando feio para o PDT esse flerte com o PSB, com o PSDB e a presença no governo, ocupando o Ministério do Trabalho. Se o Eduardo se posicionar com boas propostas para educação e saúde, defenderei seu nome junto aqueles que me escutam", assegurou o pedetista.
Com uma movimentação voltada para a busca de uma política de alianças com vistas especialmente à formação de um palanque que lhe ofereça tempo de televisão - já que amarga um certo desconhecimento no Sul e Sudeste do Brasil -, Campos ainda não colocou em curso um programa de governo para apresentar aos partidos que vem cortejando. "O modelo econômico está esgotado, não vejo a Dilma preocupada em fazer a população não depender mais dos programas de renda e nem, por exemplo, com a questão importante da federalização da educação de base. PSDB e PT estão em modelos esgotados e agora estão sobrevivendo, mas não trazendo um novo Brasil", apontou.
Cristovam Buarque avaliou que Eduardo Campos pode representar uma "inflexão" ao modelo visto nos últimos 20 anos, mas cobrou que o governador comece a oferecer propostas concretas aos aliados.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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