Planalto faz cerco contra Aécio
Com acordo, que visa ao governo do Estado, PT e PMDB retomam Minas sem Censura na Assembleia
Isabella Lacerda
Como estratégia para dar coesão à oposição ao governo de Minas e, consequentemente, ao senador e pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, as cúpulas do PT e do PMDB decidiram, ontem, retomar o bloco Minas sem Censura na Assembleia. O grupo, criado em 2011 para se opor ao governo do Estado, foi desfeito em apenas sete meses.
O martelo foi batido durante jantar, em Brasília, que reuniu lideranças, como o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade (PMDB), e o pré-candidato do PT ao governo de Minas, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel.
A tática dos partidos é clara e tem dois alvos principais. O primeiro, selar a união para o ano que vem, garantindo as alianças nacionais e, principalmente, um acordo para a disputa pelo Executivo estadual.
Além disso, também existe a intenção de acabar com o assédio de Aécio a partidos que, hoje, estão na base da presidente Dilma Rousseff, como é o caso do PMDB. Nas últimas semanas, o senador e pré-candidato do partido ao governo estadual, Clésio Andrade, conversou com o tucano sobre 2014.
Em Minas, a relação entre petistas e peemedebistas é dúbia. O PT já dá como certo o apoio do PMDB a Pimentel em 2014. A questão, inclusive, já estaria fechada com o vice-presidente Michel Temer (PMDB).
“Teremos apenas uma candidatura da base, e o nome é o do Pimentel. O PT já tem o que oferecer em troca ao PMDB. Além da aliança proporcional para deputado, temos a vaga ao Senado, que vai ser oferecida ao Clésio”, garantiu um deputado petista que acompanha as negociações. Já Antônio Andrade pode ser o vice na chapa de Pimentel. “Vamos mostrar uma sintonia no trabalho também com o PCdoB e com o PRB”, declarou o deputado Gabriel Guimarães.
Obstáculos. As lideranças do PMDB de Minas, no entanto, não demonstram qualquer interesse em negociar e dão como certa a candidatura própria. Garantem também que vão conversar com todos os partidos, inclusive com o PSDB de Aécio Neves.
“Temos candidato a governador. Vocês não estão levando isso a sério?”, questionou o presidente do PMDB de Minas, deputado Saraiva Felipe. “Não temos porta fechada com ninguém em Minas”.
Clésio garante que a volta do Minas sem Censura não tem peso em 2014. “A volta é positiva. Mas não influencia nas eleições. O PMDB tem candidatura própria e já vou começar minhas viagens pelo interior”, disse. “Eu e Aécio conversamos constantemente no Senado, não fecho as portas para nada”.
Fonte: O Tempo (MG)
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