Retomando a expressão “cemitério de obras inacabadas”, que tem usado para se referir à gestão Dilma, o tucano diz que o governo não tem “planejamento e capacidade de execução”
MANAUS- O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) atribuiu ontem ao governo federal a responsabilidade pelas recomendações de paralisação de obras da União feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Retomando a expressão “cemitério de obras inacabadas”, que tem usado para se referir à gestão Dilma Rousseff, o tucano afirmou que o governo não tem “planejamento e capacidade de execução”.
“O Brasil é um cemitério de obras inacabadas não por culpa do TCU, mas da ausência de planejamento, de projetos que não feitos adequadamente”, disse o presidente nacional do PSDB em visita à Zona Franca de Manaus.
Nesta semana, o TCU divulgou resultado de fiscalização em 136 obras, que indicou ao Congresso a suspensão de repasses de recursos para sete delas, por suspeitas de irregularidades. O Congresso ainda vai decidir se segue ou não a recomendação.
Ontem, no Rio Grande do Sul, a presidente Dilma criticou a atitude do tribunal. Disse ser um “absurdo” paralisar grandes obras por suspeitas, e apontou prejuízo aos cofres públicos com essas medidas.
Durante sua visita ao Amazonas, Aécio citou exemplos de obras inacabadas, como a transposição do rio São Francisco. “Foi orçado em R$ 3,5 bilhões, já se gastou R$ 4 bilhões, e não se sabe quando vai ser entregue. O PT quer nos fazer crer que é natural planejar uma obra, apresentar um projeto absolutamente distante daquilo que vai ser executado”, atacou.
Ao lado do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), o provável candidato do PSDB à Presidência também atacou o que chamou de privatizações “atabalhoadas” do governo federal. “O PT passou dez anos demonizando as privatizações, as concessões e as parcerias com o setor privado. E curva-se a ela no fim do governo, mas faz de forma atabalhoada, apressada, e isso tem custado caro ao Brasil.”
Economia. O grupo de economistas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da PUC Rio, comandado por Edmar Bacha, um dos criadores do Plano Real, que tem ligações com o PSDB, começou a fechar com Aécio o pacote de diretrizes que os tucanos vão apresentar para debater com a sociedade em dezembro.
O embrião do programa de governo do PSDB tem um conjunto de medidas que o senador mineiro chama de “Decálogo” e considera as mais urgentes para o enfrentamento do que chama de crise econômica do governo Dilma. Os tucanos pretendem incluir, por exemplo, medidas de complemento à renda.
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