• Candidato do PSDB à Presidência vai visitar até três estados por dia e levar um novo plano de desenvolvimento para a região
Maria Lima – O Globo
BRASÍLIA — Fechadas as convenções, a chapa nacional e as coligações estaduais, o candidato do PSDB a presidência, senador Aécio Neves (MG), não quer perder tempo e já tem estruturados os primeiros passos da campanha de rua: vai começar simbolicamente pelo Nordeste. Ele vai liderar uma caravana pelas cidades polos, visitando até três estados por dia, para apresentar um plano de infraestrutura e, segundo a campanha, a retomada do desenvolvimento para a região. Na quinta-feira, Aécio fará a primeira reunião do comando da campanha para definir a parte de comunicação e diretrizes do programa, que deve ser entregue junto com o registro da chapa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até sábado.
A atenção especial ao Nordeste, onde Aécio é pouco conhecido, é um contraponto ao perfil paulista da chapa, que tem como vice o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). A proposta da campanha tucana é ter uma coordenação logística em cada estado, para levantar os gargalos da infraestrutura. No plano de governo do tucano consta o término de obras inacabadas, como a transposição do Rio São Francisco e da Ferrovia Transnordestina. O candidato pretende levar a experiência de irrigação de uma grande área do nordeste mineiro, o Projeto Jaíba, considerado de sucesso pela gestão tucana, para o Nordeste.
Programas sociais serão mantidos
A chapa de Aécio Neves na região têm o intuito de diminuir o temor de que a possível eleição do tucano acabe com projetos sociais, como o Bolsa Família. Em reunião com aliados, realizada nesta terça-feira em Brasília, Aécio alinhou sua estratégia com colegas do partido:
— Vamos ter um capítulo muito claro para o Nordeste. A gente vai mostrar que dá para fazer, como começa e como termina uma obra para realmente atender a população. Se a gente ganhar, quando passarem dois anos, a população vai ver como esse governo é ruim, como é medíocre — disse o presidenciável.
Com a definição da candidatura do ex-ministro José Serra ao Senado, Aécio fechou a articulação política e já definiu o mote para a campanha paulista: “Aécio, Geraldo, Aloysio e Serra: para o bem de São Paulo e do Brasil”. Caso Serra seja eleito, a intenção é levá-lo para algum ministério e deixar o deputado José Aníbal, suplente no cargo, como senador. Ainda em São Paulo, a estratégia de campanha será demonstrar que o governo Alckmin, “ético, eficiente e de melhores indicadores sociais”, será fortalecido com a parceria do governo federal. O comando tucano avalia que a disputa em São Paulo será polarizada com o PMDB de Paulo Skaf.
— São Paulo merece uma campanha quase exclusiva, com uma estrutura de comunicação específica e coordenadores regionais integrando, por baixo, 400 prefeitos, inclusive do PMDB e outros partidos. Agora, o Geraldo (Alckmin) vai ter o que lhe faltou até agora. Quem vai ficar contra um casamento que reúne Aécio na presidência, Serra no Senado, Aloysio na vice-presidência e Geraldo no governo de São Paulo? — disse o presidenciável em conversa com integrantes do comando da campanha.
Foco nos ‘problemas na economia’
Nas diretrizes programáticas que serão apresentadas, a situação econômica terá destaque. Os economistas que integram a equipe do programa de governo têm dito a Aécio que o quadro “vem se agravando muito nos últimos meses” e o comportamento de “leniência” do governo pode levar a um “quadro preocupante” para quem quer que ocupe o Planalto a partir de janeiro.
— A impressão que dá é que entregaram os pontos, não estão tomando as medidas que precisam ser tomadas, não se preocupam com as consequências para daqui a pouco. Se ficarem mais quatro anos, o que ainda não está em risco, pode vir a estar, risco democrático mesmo — avaliou Aécio.
O candidato tucano informou que vai investir na comunicação, principalmente rebatendo ‘ataques’ pela área jurídica. Aécio afirma que, pessoalmente, não vai “guerrear” nas redes, mas se defender das “picaretagens”.
— O PT já me deu o tom da minha campanha. Eles vão ficar com as ameaças, a tática do medo e da mentira. Meu mote será a esperança, o futuro, propostas, vou falar para a frente. Não quero ganhar a presidência do Brasil para brigar e dividir — concluiu o candidato.
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