- Folha de S. Paulo
"O PSDB nunca esteve tão unido" foi a frase mais ouvida nos últimos meses no entorno do maior partido de oposição brasileiro. Na prática, essa assertiva ainda terá de ser comprovada.
Tome-se o caso de São Paulo. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) tenta se reeleger. Mira uma possível candidatura presidencial em 2018. Mas se o tucano Aécio Neves for bem-sucedido agora na corrida pelo Palácio do Planalto, certamente tentará um segundo mandato em 2018.
Para Alckmin, é melhor que Aécio vença ou perca a disputa presidencial deste ano? Depende. Se Aécio se transformar numa potência eleitoral e favoritíssimo na disputa de outubro --situação ainda inexistente"", o paulista terá de se alinhar e honrar as juras de fidelidade eterna.
E se Aécio patinar na faixa de 20% a 25% das intenções de voto? E se Dilma Rousseff (PT), com seu mundo maravilhoso (sic) mostrado nas propagandas estatais na TV, se consolidar como forte concorrente a ficar mais quatro anos no Planalto? O cenário então muda. Até porque, se o projeto nacional petista se fortalecer, Alckmin sabe que hostilizar Dilma Rousseff colocaria em risco seu objetivo de passar mais quatro anos no Palácio dos Bandeirantes.
Quem conhece bem essa equação é Aécio. Em 2006, estimulou em Minas Gerais o voto "lulécio" --Lula para presidente, Aécio para governador. À época, o candidato a presidente tucano era Geraldo Alckmin.
Desde 1994, as disputas para presidente e governadores de Estado são casadas. Há uma simbiose enorme entre o chefe do Executivo local e o nacional durante uma campanha.
A tal união do PSDB está condicionada ao desempenho de Aécio. Uma vez competitivo, Alckmin o apoiará.
Mal comparando, Aécio está como os times de futebol no Brasil. A torcida só aplaude depois que a equipe já fez um gol, está na frente e jogando bem. Antes, ficam todos (há exceções) quase mudos na arquibancada.
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