• Aliados afirmam que só Lula pode salvar a eleição do ex-ministro de Saúde ao governo do estado
Renato Onofre – O Globo
SÃO PAULO - Um dia após perder o apoio do PP para a candidatura de Paulo Skaf (PMDB), o candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, tentou nesta terça-feira minimizar o impacto da saída do grupo político liderado pelo deputado federal Paulo Maluf da coligação. Contudo, o abandono foi sentido pela campanha petista e aliados. O presidente estadual da legenda Emídio de Souza também tentou colocar panos quentes na debandada, mas deixou transparecer um desconforto de ir para eleição com a menor coligação (PT/PR/PCdoB) entre os três principais candidatos:
- As forças políticas estão conformadas - sentenciou após a coletiva convocada pelo candidato petista.
A convocação da coletiva, que contou com membros das executivas estaduais do PC do B e PR, serviu para tentar estancar a rede de boatos que davam conta de uma desbandada geral da candidatura petista. O cantor-político Netinho e o ex-ministro Orlando Silva estavam presentes como o senador Eduardo Suplicy (PT), candidato a reeleição.
- Nós buscamos o diálogo com todos os partidos da base da presidente Dilma e o conjunto dos partidos acabaram definindo três campos no estado de São Paulo. O campo comandado por quem governa o estado de São Paulo há 20 anos, o campo que reúne os ex-governadores do estado de São Paulo que comandou nos 20 anos anteriores do final dos anos 70 até 1994 e a nossa coligação que vai liderar o estado a partir de 2015 - disse completando:
- Nada me surpreende na política. Teve uma decisão das várias forças políticas de conformar esses três campos na disputa ao governo do estado de São Paulo. Vamos debater politicamente no primeiro turno e aguardamos o apoio deles no segundo turno. Estamos preparados para conversar e continuar dialogando. Respeitamos as decisões que tomaram. Certamente eles que devem expressar (os motivos) - completou Padilha.
Dentro do PT estadual, o sentimento é de que Padilha foi “abandonado” pelo diretório nacional e pelo próprio ex-presidente Lula que não teria se dedicado a construção das alianças:
- Faltou o carinho que foi dedicado ao Haddad - afirmou um petista lembrando o empenho do ex-presidente da construção da chapa do PT em 2012 que elegeu Fernando Haddad prefeito.
Padilha negou o isolamento.
- Não só o PT Nacional, o presidente Lula e o governo federal acompanhou e vai continuar acompanhando muito de perto a nossa coligação. Cada eleição é uma eleição diferente. Neste eleição as forças políticas do estado de São Paulo resolveram se compor da seguinte forma: quem governo o estado de São Paulo há 20 anos, quem governou esse estado 20 anos antes e a única coligação que vai governar o estado pela primeira vez que é a nossa. Isso é política. Essa foi a conformação política. Estamos animados.
A convicção de Padilha, que o fez repetir a mesma resposta acima em todas as questões relativas ao abandono do PP, não encontrou a mesma afirmativa entre aliados que ficaram. Membros do PC do B e do PR resumiram o sentimento interno:
- Só Lula salva a campanha - afirmou mais de um aliado petista à reportagem.
O próprio ex-ministro da Saúde sabe a importância do peso de Lula na campanha:
- Tenho a convicção que o Lula será o principal cabo eleitoral dessa disputa - disse à imprensa.
Padilha evitou críticas mais fortes ao PP e praticamente ignorou o PMDB na disputa. E reforçou a estratégia de tentar polarização da candidatura com o PSDB. Para o petista, a eleição tem "forte" possibilidade de ter dois turnos.
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