- Correio Braziliense
A política é dos ricos
O custo das campanhas virou um corte na política este ano do PT ao DEM. Entre aqueles que dividem o valor do orçamento da campanha pelo número de votos que planejam ter, há quem tenha chegado a algo em torno de R$ 300, incluindo aí carros de som, panfletos e cabos eleitorais no Rio de Janeiro. Em outros estados há quem se refira a R$ 250, R$ 150 por voto. Na Bahia, são muitos os desistentes. Sérgio Barradas Carneiro, do PT, desistiu de ser candidato a uma vaga na Câmara dos Deputados por causa do valor da propaganda. O mesmo o fez o deputado estadual Carlos Gaban, do DEM.
A hora do $$$
O encontro dos candidatos hoje na Confederação Nacional da Indústria (CNI) é visto sob o ângulo dos arrecadadores como um divisor de águas no quesito financiamento de campanha. Diante dos preços altos que todos estão orçando, há uma esperança de engordar o caixa com as propostas que serão apresentadas hoje aos empresários.
A hora do compromisso
Os empresários, por sua vez, esperam sair com algo concreto em termos de redução da carga tributária e também de reforma trabalhista. Até aqui, nenhum dos candidatos se comprometeu com mudanças na área trabalhista para não assustar o braço sindical das campanhas.
Foco
O fim do ano será do Conselho de Ética da Casa, onde a fila só cresce. Agora, além de André Vargas e Luiz Argôlo, só falta chegar Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), suspeito de cobrança de propina. Por enquanto, a representação contra o peemedebista está apenas na corregedoria.
Por falar em Vargas...
Encerrado o período de investigação do caso André Vargas dentro do Conselho de Ética, os amigos dele dentro do PT acreditam que a única forma de o deputado evitar que o processo chegue ao plenário antes da eleição é conseguir uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na cobrança
Acabou o clima de festa entre o PT e o PSD da Bahia. Tudo porque os petistas acreditam que o candidato a senador, Otto Alencar, do PSD, cuida da própria campanha e deixa o candidato a governador pelo PT, Rui Costa, à deriva. Sabe como é.... Em time que está perdendo, todo mundo reclama de tudo. No momento, as queixas sobraram para Alencar.
Troca de comando I/ Políticos, jornalistas e publicitários, que formam a fiel clientela do mais tradicional reduto gastronômico da cidade, não vão nem perceber. A cozinha é a mesma, o cardápio permanece igual e o manobrista estará na porta, como sempre. Só o restaurateur Marco Aurélio Costa parecerá mais aliviado. Ontem, no fim da tarde, ele bateu o martelo ao vender a participação que tinha no Piantella ao sócio, o advogado Antonio Carlos de Almeida Braga, mais conhecido por Kakay.
Troca do comando II/ Marco Aurélio diz à colunista Liana Sabo, em primeira mão, que não pretende se afastar da casa por enquanto. Promete prestar toda a assessoria que se fizer necessária. "Mais tarde vou fazer consultorias para hotéis no Nordeste", revela o empresário que tem 40 anos no ramo de restaurantes.
Viva-voz/ Com agenda no parlamento, leia-se no Conselho de Ética e Comissão Parlamentar Mista da Petrobras, o deputado Júlio Delgado passa esses dois dias em Brasília. Lá pelas tantas, liga para uma senhora que havia contactado seu gabinete se oferecendo para ajudar na campanha. "Sou eu mesmo. Não estou mandando terceiros ligar para você!". Em política é assim. Quando o deputado retorna pessoalmente, até cabo eleitoral desconfia.
Datataxi/ Taxistas geralmente sabem da vida de todo mundo. São considerados uma espécie de termômetro. Pois, no Rio de Janeiro, a maioria hoje não quer saber de política. "São todos iguais", "eu não voto em ninguém", "eles só querem se dar bem" são frases corriqueiras. Está explicado por que essa campanha está demorando a pegar.
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