Paulo de Tarso Lyra – Correio Braziliense
Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) tentarão convencer, hoje, os principais empresários do país de que os respectivos projetos de governo são viáveis para tirar o Brasil da paralisia econômica, com crescimento ínfimo do Produto Interno Bruto (PIB), inflação e juros elevados. Durante sabatina na Confederação Nacional da Indústria (CNI), os três principais postulantes ao Palácio do Planalto também buscarão passar uma imagem positiva, que sensibilize os empreendedores a abrir o bolso e ajudar a financiar as campanhas.
Atual titular do cargo, Dilma Rousseff deve, além de reforçar o respeito ao equilíbrio macroeconômico do país, defender que, no segundo mandato, será o momento de aumentar a competitividade no cenário internacional. No programa de governo apresentado na convenção do PT — e que será aprimorado com as sugestões de eleitores e de aliados —, a presidente afirmou que "a competitividade produtiva será atingida por meio do investimento e do consumo de massa, investimento em infraestrutura social e econômica e atenção às áreas de educação, ciência e tecnologia, construindo uma sociedade do conhecimento". Dilma, que esteve ontem em Caracas, na Venezuela, para uma reunião do Mercosul (leia mais na página 8), deve dar destaque a programas como o Pronatec e o Ciência sem Fronteiras.
No início da noite de ontem, Aécio se reuniu com o staff de campanha para planejar o que vai falar aos empresários. O tucano deve centrar o discurso no abandono do tripé macroeconômico — meta de inflação, superavit primário e câmbio flutuante — praticado pelo atual governo. Além disso, defenderá a meritocracia e a avaliação de desempenho na máquina pública.
Eduardo Campos também tem enfatizado que a presidente Dilma perdeu a capacidade de restabelecer o equilíbrio econômico do país. "Vamos mostrar que é preciso retornar a inflação para o centro da meta e reduzir a taxa de juros. Só assim poderemos retomar o crescimento econômico", disse o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral. "Além disso, ele socialista defenderá a necessidade de uma reforma tributária, encaminhada aos poucos ao Congresso e com prazo de implementação diferenciado para as medidas, dando tempo ao país para se acostumar", acrescentou Amaral.
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