Por Luciano Máximo - Valor Econômico
SÃO PAULO - A campanha eleitoral no segundo turno em Cuiabá foi marcada por polêmicas e ataques mútuos entre os candidatos Emanuel Pinheiro (PMDB), líder nas pesquisas de intenção de voto com 51%, e Wilson Santos (PSDB), ex-prefeito da cidade em duas ocasiões, que registrou 32% na mais recente apuração do Ibope.
Entre os episódios que nivelaram por baixo a corrida na capital mato-grossense, o irmão do candidato tucano, Elias Santos, presidente de uma mineradora estatal nomeado pelo governador do Estado, o também tucano Pedro Taques, coagiu servidores com cargos comissionados. Em aúdio gravado há duas semanas, Elias Santos ameaça de exoneração quem não comparecesse a uma reunião política com o governador. A campanha adversário protocolou denúncia no Ministério Público Eleitoral. O caso ainda está sendo investigado.
O clima esquentou na campanha, e o candidato do PMDB declarou, dez dias atrás, que "quem faz isso para tentar ganhar a eleição é capaz de qualquer coisa". "Imagina essa pessoa de volta, no comando da prefeitura. Não quero acreditar que o governador Pedro Taques esteja diretamente envolvido nessa ilegalidade e tenha autorizado esse crime contra o cidadão. Está claro que nosso adversário é capaz de qualquer coisa. Ele não tem limites. Não vamos nos intimidar. Permaneceremos atentos e mobilizados para livrar Cuiabá desses políticos sem escrúpulos. A resposta será dada nas urnas", afirmou Pinheiro.
Elias Santos acabou demitido por decisão de Taques, e o candidato tucano reconheceu o erro do familiar. "A lei está acima do meu irmão, do meu pai, da minha mãe, de mim ou quem quer que seja. Nós vivemos no império da lei. Infelizmente, o meu irmão agiu de forma a trocar os pés pelas mãos, precipitou-se, fez algo errado, foi punido e eu não passo a mão na cabeça", declarou Santos em entrevista a uma emissora de TV local.
Ao longo da campanha, Santos enfatizou a proximidade com o governo do Estado como trunfo para eventual gestão na prefeitura. "Nós possuímos o melhor grupo para governar a cidade. Um prefeito sem o apoio do governador fica muito frágil."
Já o discurso do candidato do PMDB ficou centrado na continuidade de obras de saúde e infraestrutura da atual gestão e nas respostas aos ataques sofridos pela candidatura adversária. "Estamos sendo alvo de denúncias infundadas, o jogo sujo das campanhas passadas já mostrava isso, e eu alertava. O que estamos vendo nesta campanha é mais uma prova de como nosso adversário faz política", repetiu Pinheiro.
O clima promete continuar tenso até o fim da corrida eleitoral em Cuiabá, onde estão aptos a votar 414,4 mil eleitores. Na noite de hoje, os dois candidatos protagonizam o último debate televisivo.
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