• A taxa de desemprego só deve cair a partir do terceiro trimestre, indicando que ainda não estamos no fundo do poço
Fernando de Holanda Barbosa Filho* | O Estado de S.Paulo
O desemprego continua mostrando suas garras. O aumento extraordinário da taxa de desemprego tem relação com a baixa flexibilidade dos salários. Em momentos de crise econômica, o desequilíbrio do mercado de trabalho pode ser solucionado com redução dos salários reais (preços) ou elevação da taxa de desemprego (quantidade). A queda de salários reais (2,3%) foi relativamente pequena frente à redução do PIB brasileiro (3,6%) em 2016.
Observando a variação entre 2014 e 2016, o salário real caiu 2,6%, enquanto o PIB recuou mais de 7%. Assim, a maior parte do ajuste está ocorrendo via quantidade, com redução significativa do número de empregados.
A economia deve mostrar seus primeiros sinais de recuperação no primeiro trimestre, com aceleração gradual ao longo do ano, que terá crescimento modesto na casa dos 0,5%. A taxa de desemprego só deve cair a partir do terceiro trimestre, indicando que ainda não estamos no fundo do poço. A taxa do último trimestre de 2017 deve ficar próximo de 11,5%, comparado a 12% no mesmo período de 2016. Ou seja, a recuperação dos empregos deve ser modesta neste ano de crescimento também modesto.
*Pesquisador do Ibre da FGV
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