Pré-candidato ao governo mineiro é cotado para ser vice em chapa petista e do PDT
Jonathas Cotrim | O Estado de S. Paulo.
TIRADENTES (MG) - Pré-candidato do PSB ao governo de Minas Gerais, o exprefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda disse ontem, em Tiradentes, que se o partido tomasse uma decisão hoje não estaria coligado com o PT. “Em política, nenhuma decisão é em definitivo. Mas, se a decisão fosse hoje, o PSB não estaria com o PT”, afirmou, durante evento voltado a empresários que reuniu pré-candidatos à Presidência e ao governo mineiro.
Lacerda é considerado um nome crucial nas negociações entre PSB e PT para uma possível aliança nacional entre os dois partidos. O diálogo passa pela formação de acordos locais que, segundo resolução publicada no fim de semana passado pelo diretório nacional do PT, devem seguir a coligação nacional da legenda.
Pela negociação, Lacerda retiraria a sua pré-candidatura ao governo mineiro em benefício à candidatura à reeleição do governador Fernando Pimentel (PT). Em troca, os petistas retirariam a pré-candidatura de Marília Arraes (PT) ao governo de Pernambuco, maior colégio eleitoral sob domínio do PSB, e apoiariam a reeleição do governador Paulo Câmara.
Para tentar convencer Lacerda a desistir de sua candidatura ao governo de Minas, setores do PT cogitam chamá-lo para vice na chapa do candidato do partido. Embora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja preso em Curitiba pela condenação em segunda instância no caso do triplex do Guarujá (SP), o PT mantém seu nome como pré-candidato da legenda na disputa presidencial.
Para o ex-prefeito de Belo Horizonte, não há possibilidade de Lula ser o candidato do PT. Lacerda aposta que o nome petista ao Planalto será o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. “Essa hipótese não vai existir. Lula não será oficialmente candidato, mas o PT terá candidato, que será o Fernando Haddad”, disse.
‘Remota’. Lacerda também é cotado para compor, como vice, a chapa do presidenciável Ciro Gomes (PDT). Os dois se encontraram ontem no evento e se cumprimentaram rapidamente. Uma dobradinha com Ciro foi tratada por ele como algo “incerto, uma possibilidade remota”. “Mas, dentro do PSB, em nível nacional, penso que só existem duas hipóteses: ou fica neutro, ou se alia ao PDT”, afirmou.
Ao falar sobre o assunto, o exgovernador do Ceará deixou claro que deseja ter um representante de Minas Gerais ao seu lado na coligação. “Se houver (a aliança), para mim (será) um privilégio carregar na minha chapa um mineiro ou uma mineira. Seria uma honra muito especial.”
Sobre a escolha de seu candidato a vice, Ciro disse que a decisão será tomada pela direção nacional do partido. “(Marcio Lacerda) é um velho e querido amigo. Foi um grande prefeito e é de um partido que eu gostaria muito de ter na minha aliança. Porém, quem conduz essa negociação é o presidente (do PDT) Carlos Luppi.”
Além de Ciro e Lacerda, participaram do debate em Tiradentes, na região central de Minas Gerais, os pré-candidatos a Presidência João Amoêdo (Novo), Alvaro Dias (PR) e Paulo Rabello de Castro (PSC), além dos postulantes ao governo de Minas Antonio Anastasia (PSDB), Rodrigo Pacheco (DEM) e Romeu Zema (Novo). “Minas é um Estado muito importante, nós aprendemos que quem não ganha em Minas, não ganha no Brasil”, acenou Alvaro Dias.
Já o pré-candidato do Novo à Presidência, João Amoêdo, defendeu a formulação de um “novo pacto federativo” para redistribuição de recursos públicos. “A gente precisa ter mais liberdade econômica”, disse o empresário. “A gente precisa ter um novo pacto federativo, que coloque mais dinheiro nas mãos dos Estados e municípios e tire essa centralização de Brasília, que só cria um ambiente propício para corrupção”, completou Amoêdo.
Alianças. O pré-candidato tucano ao governo de Minas, senador Antonio Anastasia disse que as negociações para a formação de alianças só devem ser fechadas após a Copa do Mundo, que se encerra em meados em julho. “Acho que a Copa do Mundo dará uma espécie de armistício provisório em termos de composições. Por conta do calendário eleitoral mais extenso, essas tratativas vão se delongar um pouco mais”, afirmou Anastasia.
O pré-candidato estava ao lado de Marcos Montes (PSD), que foi anunciado como vice em sua chapa na segunda-feira. O pré-candidato apontou ainda Dinis Pinheiro (SD) e Carlos Vianna (PHS) como “bons nomes” para o Senado por Minas.
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