- Blog do Noblat
Ele já foi longe demais, mas não o suficiente
À caça de apoios que lhe garantam mais tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão e lhe permitam avançar sobre Marina e Bolsonaro que estão à sua frente nas pesquisas de intenção de votos para presidente da República, Ciro Gomes (PDT) dispara em todas as direções e por enquanto não acertou em nenhuma.
Gastou os últimos meses tentando atrair o PT – sem sucesso. O PT irá de Lula, pelo menos até quando a Justiça permitir. E depois disputará a vaga de Michel Temer com Jaques Wagner ou Fernando Haddad. Se depender da maioria do partido e do próprio Lula, com Wagner. Se depender de Wagner, com Haddad.
É possível que o PT acene para Ciro com o lugar de vice na chapa do seu candidato – mas será só para Ciro recusar. E se Ciro for para o segundo turno e o PT não, é seguro que contará com o apoio do PT. Ciro quer ter o PC do B com ele desde já – mas a desistir da candidatura de Manuela D’Ávila, o PC do B reatará sua antiga aliança com o PT.
Ciro investe na companhia do PSB, partido que o abrigou no passado recente. Tem a simpatia de um grupo numeroso de deputados do PSB. Mas o PSB vive lá o seu dilema: juntar-se ao PT ou não ter candidato algum a presidente? O PSB de Pernambuco quer juntar-se ao PT. O de São Paulo, a Geraldo Alckmin (PSDB).
No momento, pelo menos no momento, o mais provável é que o PSB se divida ao gosto dos seus principais caciques. É por isso que Ciro não despreza a possibilidade de admitir entre seus apoiadores o DEM de Rodrigo Maia(RJ) e o PP do senador Ciro Nogueira, encrencado com a Lala Jato. O DEM está mais para Alckmin. O PP, à espera da melhor oferta.
Ciro é autor do prodígio de ter conseguido se travestir de candidato de esquerda ou palatável à esquerda. Mas isso é insuficiente para lhe assegurar uma das vagas no segundo turno.
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