No 1º dia de campanha, IBGE mostra que o número de pessoas que procuram emprego há mais de dois anos chegou a 3,16 milhões
- O Estado de S. Paulo.
A previsão otimista do fim do ano passado de que o desemprego cairia em 2018 não se confirmou e o tema será um dos desafios mais urgentes a ser enfrentados pelo próximo presidente da República. Dados divulgados ontem pelo IBGE, justamente no primeiro dia oficial de campanha eleitoral, mostram que, no 2.º trimestre, o número de pessoas que estão há mais de dois anos procurando emprego chegou ao recorde de 3,162 milhões. O contingente de desalentados – aqueles que desistem de buscar trabalho – também foi recorde: 4,833 milhões. A taxa de desemprego do País era de 11,8% em dezembro e fechou o 2.º trimestre em 12,4% – são quase 13 milhões de desocupados. Os candidatos convergem na ideia de que é necessário o País retomar a estabilidade econômica. Os programas de governo registrados no TSE falam em equilíbrio fiscal e no aumento de investimentos em educação e em obras de infraestrutura.
Desemprego recorde desafia candidatos a presidente
No fim do ano passado, ainda sob a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência e com projeções de crescimento do PIB em 2018 que chegavam a superar os 3%, havia um certo otimismo em relação à queda do desemprego. Mas a realidade tem se mostrado bem diferente. A cada divulgação de dados sobre trabalho no País, consolida-se a convicção que o desemprego será um dos desafios mais urgentes a serem enfrentados por quem vencer a eleição para a presidência em outubro.
Dados anunciados ontem pelo IBGE mostram o tamanho desse desafio. No segundo trimestre, o número de pessoas que estão há mais de dois anos procurando emprego chegou ao recorde de 3,162 milhões. O total de desalentados, que são as pessoas que desistem de procurar emprego por acreditar que não vão mais encontrar, também foi recorde: 4,833 milhões. A taxa de desemprego do País, que estava em 11,8% em dezembro, fechou o segundo trimestre em 12,4% – são quase 13 milhões de desocupados.
Ironicamente, a própria disputa eleitoral é apontada como uma das causas da manutenção da desocupação em níveis tão altos. Com um cenário totalmente incerto, empresas seguram investimentos e, consequentemente, a abertura de novas vagas. “Estamos num momento de elevada incerteza, sem saber quem é o candidato com mais chances, o que vai fazer, o que propõe”, diz José Ronaldo de Castro Souza Júnior, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Isso obviamente segura a retomada.”
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