A
J-AmLat -Judeus Latino-americanos Progressistas pela Paz- se pronuncia,
mais uma vez, a favor de uma via política que ponha um fim aos ciclos
recorrentes de violência, priorizando uma saída que anteponha a segurança e os
direitos humanos dos cidadãos de toda a população de Israel e da Palestina.
Esta
não é uma nova guerra. É a continuação e inevitável consequência de um chamado
“status quo” inoperante, que não oferece nem paz nem segurança a Israel. É o
reflexo de um vazio de poder em Israel e na Palestina, ante o fracasso das
diferentes lideranças políticas, preocupadas em se manter no poder a todo custo.
E não no bem-estar das populações que dizem representar. Igualmente está claro que a violência entre
israelenses e palestinos se dá num marco assimétrico. É claro que a solução
para o conflito entre Israel e Palestina será política e não através da violência.
Condenamos
os ataques massivos com mísseis contra civis israelenses por parte do Hamas e a
Jihad Islâmica a partir da Faixa de Gaza, que tem tirado vidas humanas. Bombardear
centros de população civil é um crime de guerra.
Condenamos a operação militar que Israel move contra a Faixa de Gaza, território densamente povoado sob um bloqueio desumano, que não consegue cumprir seu objetivo de acabar com o regime do Hamas, ao contrário. Os ataques do exército israelense têm ceifado vidas humanas. Bombardear centros de população civil é um crime de guerra.
Condenamos,
uma vez mais, a ocupação dos territórios palestinos por parte de Israel. 54 anos
de controle e opressão da população palestina têm ferido moralmente a sociedade
israelense.
Condenamos
especialmente as atividades de assentamento israelense em Jerusalém Oriental,
com população majoritariamente árabe, que assim deve permanecer para a
viabilização de um acordo de paz justo e duradouro entre as partes. O
deslocamento de populações é crime de guerra.
Exortamos
a um completo congelamento das atividades de assentamento israelense na
Cisjordânia e Jerusalém e negociações para a definição de futuras fronteiras. Ocupação
é crime de guerra.
Condenamos
a ultradireita judia israelense, que sob líderes racistas como Bezalel
Smotrich, Itamar Ben Gvir e Benzi Gopstein inflamam o espaço político com sua
retórica supremacista, antiárabe, expansionista, homofóbica e misógina. Esta minoria
extremista, estimulada por Benjamín Netanyahu, é responsável direta por
agitar e provocar nas últimas semanas a violência nos bairros árabes de Sheikh
Jarrah e outros em Jerusalém Oriental, Portão de Damasco e na Esplanada das Mesquitas,
durante a celebração do Ramadan
O
respaldo de funcionários israelenses à incitação e o discurso de ódio foram
detonadores do atual ciclo de violência, que já transbordou para o interior de
Israel e a Cisjordânia.
Condenamos
as lideranças israelenses e palestinas que, por ação ou omissão, alimentam
sistematicamente a violência e rejeitam o compromisso político, pondo em cheque
a vida de milhões de pessoas em Israel e na Palestina.
Exortamos
os movimentos e personalidades das sociedades civis em Israel e na Palestina a insistir
na busca por uma solução pacífica do conflito, assim como pedimos às
organizações e lideranças internacionais para interceder por um cessar-fogo imediato
e mediarem a retomada de um processo de paz.
12
de maio de 2021
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