Folha de S. Paulo
Dele fazem parte Bretas, Witzel e Temer, que
após a superexposição vão desaparecendo
Paulo Francis gostava de escrever que fulano
"desponta para o anonimato". Pois os fulanos continuam, em maior
número e com desatinada velocidade, florescendo para a obscuridade. Há uma fila
deles, que foram mais ou menos influentes na política. Todos buscaram os 15
minutos de fama usando a superexposição nas redes. Depois perderam força sob o
peso de seus atos.
Marcelo Bretas, juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, conhecido pela atuação na Lava Jato, confeccionou seu destino com paciência de ourives. Afastado do cargo sob suspeita de conduta irregular, dedica-se à carreira de coach jurídico. No Instagram, apresenta vídeos sobre liderança e direito; aborda assuntos relacionados a "Deus e Família". Ao menos, não posta mais fotos de camiseta regata puxando ferro na academia.
Bretas era conhecido como o Sergio Moro carioca.
Em sua luta para ficar em evidência e não se transformar no Marcelo Bretas de
Curitiba, o senador Moro tem uma única estratégia: bater em Lula. Vai longe o
tempo em que era representado como o Super-Homem, inflado boneco gigante em
frente ao Congresso. O STF acaba de abrir inquérito contra ele por suposta
fraude em delação.
O ex-governador Wilson Witzel, cassado após
três anos de mandato, trocou o desejo de atirar na cabecinha pelo trabalho no
escritório de advocacia. Witzel tentou se eleger em 2022, mas teve a
candidatura impugnada. Sua mulher concorreu a deputada federal e não foi
eleita. Um de seus clientes é o truculento jogador Felipe Melo. Não faltará
empatia entre os dois.
Com impopularidade recorde, Michel Temer conseguiu
encolher sendo presidente da República. Agora quer se vender como conselheiro,
mas é mais oco que o conselheiro Acácio (e sem a graça do personagem de Eça).
Sua chance de voltar às manchetes está na reabertura, já solicitada, do longo
processo sobre o esquema de corrupção no porto de Santos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário