Folha de S. Paulo
Turma com quem deputado conversa é a ala mais
extrema do fascismo internacional contemporâneo
Na semana passada, o secretário de Tesouro
dos Estados Unidos, Scott Bessent, cancelou
uma reunião com Fernando Haddad que poderia ter economizado bilhões de
dólares para o Brasil. Nosso país perdeu esse dinheiro por culpa de Eduardo
Bolsonaro.
Bessent cancelou a reunião porque não queria
arrumar confusão com a ala mais radical do governo Trump. Certamente compraria
a briga se o Brasil tivesse o peso de uma China ou de
uma União Europeia; mas o Brasil não tem.
É essa ala mais alucinada do governo Trump
que ouve os nepobabies do golpe, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo. Mas quem
é essa gente?
Um deles é Darren Beattie, subsecretário de Trump que foi ao falecido Twitter em 6 de agosto aconselhando "os aliados de Moraes dentro e fora do tribunal a não auxiliar ou encorajar o comportamento sancionado de Moraes".
Beattie foi demitido do primeiro governo
Trump por participar de um evento com líderes supremacistas brancos. Antes que
digam que ele foi lá só para conhecer o adversário, informo que em 4 de outubro
de 2024 Beattie tuitou: "Homens brancos competentes têm que estar no
comando se você quiser que as coisas funcionem". Em 10 de setembro de
2021, já havia postado que "homens brancos com mais de 130 de QI são o
único segmento demográfico que importa".
E se você quiser entender o quanto valem suas
acusações de autoritarismo contra o STF brasileiro,
lembre-se de que, em 4 de agosto de 2024, Beattie escreveu que o "regime
que governa o Reino Unido", isto é, a centenária democracia britânica,
atualmente sob governo trabalhista, "é muito menos legítimo do que o de
Saddam Hussein e, aliás, do que o de Maduro na Venezuela". Beattie, é
claro, defendeu com entusiasmo a invasão do
Capitólio em 6 de janeiro de 2021 (mas depois apagou os tuítes).
Outro assessor de Trump que ouve Eduardo é
Sebastian Gorka. De origem húngara, Gorka assina seu nome com um "v"
minúsculo entre os sobrenomes, marca de um membro do Vitézi Rendi, grupo
político fundado pelo governo fascista húngaro que apoiou Hitler e mandou
centenas de milhares de judeus para os campos de concentração nazistas. Os bens
desapropriados dos judeus eram repartidos entre os membros do Vitézi Rendi.
Gorka usa um bóton do Vitézi Rendi, mas diz
que é para honrar seu pai, que lutou contra o comunismo. Mas não parece ser só
isso: em 2007, declarou seu apoio à Magyar Garda, braço armado do partido de
extrema direita húngaro Jobbik. Procure fotos da "Magyar Garda" no
Google e veja do que estamos falando.
Ou seja: a turma de gringos ladrões com quem
Eduardo conversa é a ala mais extrema do fascismo internacional contemporâneo.
O que só confirma o que esta coluna sempre disse: Bolsonaro foi o líder mais
extremista eleito democraticamente no mundo desde a Europa dos anos 30. Os
fascistas de ontem e de hoje veem nele um um igual e têm razão.
São esses supremacistas brancos que Tarcísio
acha que Lula não deveria ter ofendido. É essa turma com bóton nazista
que Zema acha
que tem todo direito de sancionar a democracia brasileira. São os agentes
brasileiros desses caras que Caiado diz que anistiará no primeiro dia de
governo.
Se você ainda não entendeu, é o seguinte: a
turma que apanhou dos nossos pracinhas na Itália está se vingando do Brasil por
meio da família Bolsonaro.
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