Nível de ocupação nas indústrias do País caiu 0,2% em relação ao quarto trimestre de 2012
Fernanda Nunes
RIO - O mercado de trabalho na indústria pisou no freio no primeiro trimestre do ano, contrariando o perfil apresentado desde o inicio da crise econômica internacional, de manutenção do nível de emprego. De fevereiro para março, a ocupação chegou a demonstrar uma leve melhora, tendo avançado o,2%. Mas, no acumulado de janeiro a março, caiu o,2%, comparada ao quarto trimestre de 2012.
O número de horas pagas também caiu 0,4% no trimestre, enquanto a folha de pagamento teve queda de 2,5%. "Boa notícia seguramente não é", afirmou o economista e ex-ministro Delfim Neto, após participar de reunião em Brasília, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
No início do ano, houve um descolamento entre a produção industrial e as condições do mercado de trabalho do setor industrial. Enquanto a produção cresceu 0,8% em comparação ao quarto trimestre, o número de empregados caiu. "Primeiro, veio a redução do número de horas extras e, agora, a ocupação caiu de fato", afirmou o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (ledi), Rogério César de Souza.
Mesmo a alta na margem, na passagem de fevereiro para março, que poderia ser interpretada como uma boa notícia, foi considerada pontual, ainda reflexo da instabilidade da produção. A aposta do Iedi é que a indústria vai voltar a contratar no futuro. Mas, por alguns meses, ainda deve permanecer enfraquecida.
Carga menor» A queda do número de horas extras pagas pela indústria, de 0,4% de fevereiro para março, e de 1,5% ante rnarço de 2012, revela ainda que os empresários do setor reduziram a carga de trabalho e não têm previsão de contratar no curto prazo. Mas, à medida que a produção ganhar fôlego, a tendência é que o emprego acompanhe a trajetória de expansão. .
Para cada 1% de crescimento da produção, o emprego industrial avança com 0,3%, de acordo com cálculo do economista-chefe da Oppus Investimento e professor da PUG-Rio, José Márcio Camargo. A conta considera série histórica iniciada em 2003.
Pagamento. O dado positivo da pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está na folha de pagamento, salientou o gerente da coordenação de Indústria do instituto, André Macedo.
Em março, a folha de pagamento apresentou taxa negativa na comparação com o mês anterior (-0,5%), mas cresceu em relação a igual mês do ano passado (2,5%). Isso demonstra que as negociações entre empregadores e empregados repercutiram/em ganho de renda salarial em diversos setores da economia.
A taxa negativa, na margem, é pontual, funcionando como um ajuste, após alta expressiva em fevereiro, de 3,0%, interpretou Macedo./ colaboraram José Roberto Castro e Renan Carreira
Fonte: O Estado de S. Paulo
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