Entre os 12 pontos do documento está a recuperação da credibilidade perdida pelo Brasil entre investidores
Cristinae Jungblut, Junia Gama
Disposto a entrar no debate sobre os rumos da economia depois da piora do desempenho das contas públicas, o PSDB lançará na primeira semana de dezembro um plano com as diretrizes da política tucana focado em pelo menos 12 pontos. O plano será uma prévia da diretriz econômica do programa de governo do presidenciável Aécio Neves (MG), senador e presidente do PSDB. O documento terá forte teor econômico e vai criticar o governo Dilma Rousseff devido às ações na área econômica entre investidores e no plano internacional.
E terá como linha geral fugir do modelo do simples “Estado assistencialista” ou “Estado grande” — ou, na expressão de um dos colaboradores, “nadar em uma raia que não é do PT”. Segundo formuladores do documento, o texto será um delimitador dos valores da plataforma do PSDB. Entre os 12 pontos estão principalmente: recuperar a credibilidade perdida na área econômica; melhoria do ambiente de investimentos, para aumentar a entrada de recursos privados; e Pacto Federativo, com defesa de uma volta de uma maior autonomia de estados e municípios.
O texto ainda está na primeira etapa de formulação e discussão, podendo ter mais ou menos pontos. Uma das preocupações dos colaboradores de Aécio é adotar uma linguagem adequada, para não alimentar o discurso dos petistas de que o PSDB quer tirar benefícios dos mais pobres. Para vacinar o partido contra possíveis críticas, Aécio se antecipou durante a semana e apresentou o projeto que inclui o Bolsa Família na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas).
Os tucanos queriam ter lançado esta ideia um dia antes da comemoração dos dez anos do Bolsa Família. Mas Aécio acabou divulgando a proposta no mesmo dia como resposta às críticas do ex-presidente Lula. Para os formuladores do plano, o desenvolvimento social e o desenvolvimento econômico devem ter pesos equivalentes na plataforma do PSDB.
O programa abordará pontos como a competitividade do Brasil no cenário internacional; infraestrutura deficiente; baixo crescimento econômico em relação aos demais países emergentes; e a manutenção, com responsabilidade, do chamado tripé da política macroeconômica, composto pelo regime de metas de inflação, superávits primários (economia para o pagamento de juros da dívida pública) robustos e câmbio flutuante, estabelecido no governo Fernando Henrique Cardoso.
Dentro da estratégia de evitar que Aécio perca espaço para o presidenciável e governador Eduardo Campos (PSB) na corrida sucessória, a ordem dos marqueteiros é produzir um documento que não seja retórico, característica considerada negativa pelos tucanos nos textos da ex-senadora Marina Silva, por exemplo.
Fonte: O Globo
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