PSDB centrará discurso em quem quer mais que assistencialismo
A ideia é começar com uma crítica aos rumos da economia no governo Dilma. A estratégia, segundo o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, envolvido na elaboração do plano, é mostrar que a presidente mudou o receituário do governo Lula. Dilma implantou uma política econômica da cabeça dela e que está dando errado. Há uma perda de confiança no cenário internacional. Ela desorganizou o setor do petróleo — disse Vellozo Lucas, ressaltando que o documento está em formulação por um grupo com integrantes como Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central.
O governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) registrou déficit de R$ 10,5 bilhões em setembro, o pior resultado desde o início da série histórica, em 1997. A meta de superávit do governo central já está em 2,3% do PIB, mas deverá ser adotada a chamada contabilidade criativa para alcançar os resultados (3,2%). — Os resultados do governo são muito ruins na política econômica. O principal indicador da saúde de uma economia é a confiança, é o ambiente de negócios.
O ano de 2010 foi o único no qual o Brasil cresceu mais do que o restante da América Latina — disse Vellozo Lucas, assessor de Aécio no Senado. Com uma pesquisa em mãos, informando que cerca de metade do eleitorado quer mais que assistencialismo, quer condições para que as pessoas se desenvolvam, o PSDB vai centrar o discurso nesta parcela da população. Os marqueteiros tucanos detectaram que a demanda não é ainda vocalizada por políticos e querem se antecipar a Eduardo Campos e Marina Silva.
O programa contará com a opinião do ex-presidente Fernando Henrique, com quem Aécio jantou recentemente e se encontrará nos próximos dias novamente. Além de FH e Armínio Fraga, Samuel Pessoa, da FGV, Vellozo Lucas e Mansueto Almeida são pensadores consultados para a elaboração do programa.
Aécio evita dar detalhes, só ressaltando que seguirá “tendências históricas” do partido: — Ainda estamos formulando o texto, mas certamente haverá um foco na gestão mais ortodoxa, mais dura na questão fiscal, no combate à inflação, que são marcas desde sempre do PSDB — disse o tucano.
Outro cuidado que o partido terá na apresentação do documento será o tratamento dado à questão da privatização. Ainda não há consenso a respeito da presença do tema no programa, mas, se constar, será de forma menos enfática do que a defendida pelo presidente do PSDB em recente discurso em Nova York, para investidores e representantes de grandes empresas. Mais uma vez, a intenção é não virar alvo de ataques antiprivatistas..
Fonte: O Globo
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