• ‘Não posso acreditar’, reage Marco Aurélio, ao saber da proposta
Jorge Bastos Moreno e Jailton de Carvalho - O Globo
BRASÍLIA - A decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar o afastamento do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado acrescentou mais um capítulo no apimentado histórico de rusgas entre ele e o colega Gilmar Mendes. Em entrevista ao blog do Moreno, Mendes defendeu o impeachment de Marco Aurélio. Para ele, o ministro não poderia afastar Renan sem consultar o plenário do STF.
— No Nordeste, se diz que não se corre atrás de doido porque não se sabe para onde ele vai — afirmou Mendes ao blog.
Marco Aurélio reagiu ao ataque com perplexidade. Ele estava preparado para críticas do meio político, especialmente de aliados mais próximos a Renan. Só não esperava que as críticas partissem de dentro do próprio Supremo, num momento em que a Corte tem sido chamada a resolver conflitos na esfera política.
— Eu não posso acreditar. Sem comentários — disse Marco Aurélio.
O ministro explicou que determinou o afastamento de Renan porque, pela lei, réus em processos penais não podem ocupar cargos da linha sucessória da Presidência da República. Foi com base nesse argumento que o STF determinou o afastamento do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDBRJ) da presidência da Câmara e do exercício do mandato. Cunha hoje está preso em Curitiba.
Renan virou réu semana passada, quando o STF aceitou denúncia em que é acusado de peculato.
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