1. Ex-Blog: Como você relaciona a situação atual do Rio de Janeiro com o quadro eleitoral de 2018 para governador?
Cesar Maia: Ainda estamos longe das eleições, esse quadro e até o campo das candidaturas é incerto.
2. Ex-Blog: Mas certamente a questão da segurança pública será um tema central, especialmente depois do impacto da "Rocinha".
CM: Não creio que o impacto da "Rocinha" produza um efeito "general", ou seja que se traduzirá numa vantagem para os candidatos com perfil associado à questão militar ou policial.
3. Ex-Blog: Por quê?
CM: Depois do desastre político-administrativo dos últimos anos no Rio, o eleitor do Rio de Janeiro, mais que qualquer outro, aprendeu e sabe que as promessas e os discursos como simples imagem publicitária não construirão uma base de credibilidade. Nos últimos anos construíram um desastre.
4. Ex-Blog: Sendo assim, o que construirá essa base de credibilidade?
CM: Uma gestão capaz de contar com os recursos necessários para lastrear as promessas. Algo mais ou menos assim: prioridade número 1, os recursos que serão conquistados assim e dessa maneira. Explicando muito didaticamente.
5. Ex-Blog: E então?
CM: Com os recursos bem definidos, se poderá quantificar as promessas. Se nessa conjuntura, e pelo impacto "Rocinha", a segurança pública ganha destaque, os compromissos relativos devem vir sustentados pelos recursos que serão aplicados e estarão disponíveis. E, naturalmente, uma remuneração digna para os servidores. E lembrar que o sistema é de Justiça e Segurança e, portanto, deve incluir o sistema judiciário propriamente e o Ministério Público.
6. Ex-Blog: E esse raciocínio vale também para as demais funções e responsabilidades de governo?
CM: Certamente. Com a depressão governamental ocorrida e com o abandono da infraestrutura junto às funções básicas de governo como Educação e Saúde, ganham destaque também os investimentos em infraestrutura, transportes e meio ambiente.
7. Ex-Blog: E a questão dos servidores, incluindo a previdência?
CM: A lógica é a mesma. Até porque qualquer função de governo inclui os servidores responsáveis pelas ações relativas. Prometer metas sem demonstrar que os servidores estarão motivados, com remuneração digna, seria como imaginar um corpo sem seus membros. Seria pura demagogia.
8. Ex-Blog: Como você vê, hoje, o quadro eleitoral para 2018 no Rio de Janeiro?
CM: Pense nas peças de um grande quebra-cabeça espalhadas numa mesa. De nada adianta separar algumas, com seus nomes, por mais ilustres ou populares, sem encadeá-las para se poder mensurar a competitividade de cada grupo. Hoje ainda é impossível. Creio que na virada do ano as peças começarão a ser arrumadas.
9. Ex-Blog: Qual o maior erro que um candidato ou partido pode cometer desde hoje?
CM: É pensar-se como candidato na frente de um espelho e achar que ele se basta a si mesmo. Neruda dizia num poema: Ninguém termina em si mesmo.
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