Governo calcula apoio de maioria em convenção para confirmar nome
Leticia Fernandes | O Globo
-BRASÍLIA- Líderes do MDB definiram, em reunião na tarde de ontem, que será no dia 4 de agosto a convenção nacional do partido, na qual será decidido se o ex-ministro Henrique Meirelles, que tem 1% nas pesquisas de intenções de voto, será ou não candidato da legenda à Presidência da República. A data foi estipulada em encontro do presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia). O coordenador político da campanha de Meirelles, João Henrique de Sousa, também participou do encontro.
São 443 convencionais votantes e, quanto mais cargos um deles ocupa, mais votos tem à disposição. Romero Jucá, por exemplo, vota quatro vezes. O presidente Temer tem ao menos três votos, assim como Moreira Franco.
Na reunião que aconteceu na sede do partido, em área nobre de Brasília, os emedebistas mapearam, estado por estado, quantos votos Meirelles teria na convenção e chegaram a um número de 443 votos, de um total de 629 disponíveis na convenção do MDB. As contas foram feitas por Padilha, conhecido no governo por mapear votos com precisão.
Apesar dos cenários positivos traçados pelos líderes, ainda há forte resistência na legenda a uma candidatura própria, e dissidentes pressionam para que o MDB libere seus integrantes. Assim eles poderiam fazer seus próprios acordos, o que não está descartado.
Além de marcar a data, a estratégia definida pelo comando da sigla em conjunto com Meirelles é que ele ligue para todos os 443 convencionais para pedir votos. Integrantes da equipe do pré-candidato lembram que esse gesto é importante na legenda. O método de procurar individualmente os membros do partido é o mesmo utilizado pelo presidente Michel Temer, que se dirige pessoalmente a parlamentares e dirigentes quando precisa de apoio em votações. Temer fez esse tipo de aproximação quando enfrentou denúncias de corrupção e obstrução da Justiça na Câmara dos Deputados.
Nesta semana, além de continuar a peregrinação pelo Nordeste, Meirelles vai a Curitiba, um dos focos de resistência a seu nome no partido. O senador Roberto Requião é um dos principais críticos do governo Temer e coloca o seu nome à disposição para disputar com Meirelles a indicação ao partido. Além da definição da data da convenção, que deve oficializar o nome do ex-ministro da Fazenda para candidato à Presidência pelo MDB, a ideia dos emedebistas é fazer um “esquenta” no dia anterior, uma sexta-feira, colocando Meirelles em contato com os grupos favoráveis à candidatura, como integrantes da juventude do partido e do movimento das mulheres da legenda.
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