Para candidato do PSL, PSDB e PT são ‘farinha do mesmo saco’; ex-senadora faz crítica à aliança de tucanos com centrão e diz que ‘excesso de malignidade’ provoca crise atual do país
Dimitrius Dantas e Jussara Soares | O Globo
SÃO PAULO - Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) reagiram ontem às declarações feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista publicada ontem pelo GLOBO. FH afirmou que não faria objeção a um apoio do PT, “naturalmente, isso significa também que não faria objeção ao contrário”, completou, referindo-se à possibilidade de conversas entre os dois partidos para eventual união contra Bolsonaro. O candidato do PSL disse que uma possível aliança entre os dois partidos seria “a união do mensalão com o petrolão”.
Já Marina disse que a aliança dos tucanos com o centrão tem “excesso de malignidade”. O ex-presidente afirmou ao GLOBO que, embora reconheça qualidades da candidata da Rede, acha que falta um “pouco de malignidade” à ex-senadora.
Bolsonaro reagiu a Fernando Henrique por meio de vídeo publicado ontem em suas redes sociais:
—Essa é a união do mensalão com o petrolão. É a certeza de que PT e PSDB são farinha do mesmo saco. Na verdade, o grande projeto deles é o indulto para Lula e os condenados no mensalão e petrolão. É a certeza de que o Brasil é deles e não de nós, brasileiros.
O candidato do PSL reforçou seu vínculo com o eleitorado mais conservador e pediu união para derrotar petistas e tucanos que, segundo ele, “trabalham contra a família”, “favorável à ideologia de gênero” e estão “metidos até o pescoço com corrupção”.
Marina, também por meio de suas redes sociais, criticou os tucanos por causa da aliança de Geraldo Alckmin com o centrão:
“Com todo respeito e admiração que tenho por FH, o que trouxe o país à crise atual não foram as boas intenções, mas sim o excesso de malignidade — aliás, muito presente na coligação do candidato tucano.”
Em uma agenda pública em São Paulo pela manhã, a candidata da Rede foi questionada se aceitaria o apoio do PSDB num eventual segundo turno. Ela disse que só irá conversar sobre alianças quando o segundo turno chegar. Em participação no Fórum Abdib, associação que reúne empresas da área de infraestrutura, Marina voltou a rebater as declarações de FH sobre sua candidatura.
—O excesso de malignidade talvez tenha levado a essa crise. É preciso um pouquinho de virtude —afirmou a candidata.
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