Num
átimo entendi a essência deste governo
Foi
lendo o artigo
do secretário de Comunicação Social do Ministério das Comunicações,
Fábio Wajngarten, em que ele procura explicar as razões de o Brasil estar tão
atrás de Israel na vacinação contra a Covid-19, que tive a epifania. Num átimo,
entendi a essência do governo Bolsonaro: ocupam os cargos mais estratégicos
aqueles que não têm qualificação para exercê-los.
No
caso do secretário, isso fica evidente na própria peça, que incorre em erros
lógicos e retóricos, além dos factuais. Como tenho pouco espaço, limito-me a
apontar o que me pareceu o sofisma maior. Para Wajngarten, não se pode afirmar
que o Brasil esteja atrasado na vacinação porque foi só agora que os
laboratórios entraram com a papelada na Anvisa.
Não é preciso ser gênio para entender que o que permitiu a Israel ter imunizado cerca de 20% da população foi justamente ter-se antecipado às dificuldades, em vez de esperar que fabricantes, já abarrotados de pedidos, se mexessem. Israel pagou à Pfizer mais do que os europeus para ter acesso rápido a um estoque suficiente de vacinas e ainda ofereceu os dados do sistema de saúde local para a farmacêutica monitorar os efeitos da vacinação em massa.
O
artigo de Wajngarten é uma tentativa incompetente de esconder a incompetência
de outro auxiliar de Bolsonaro, Eduardo Pazzuello, o general que não sabia o
que era SUS, mas comanda o Ministério da Saúde.
Outro
ministro que não pode ser esquecido é André
Mendonça, o titular da Justiça, que parece ter cabulado todas as aulas de
direito penal, já que é incapaz de distinguir um crime de um artigo de opinião.
Ele agora quer processar o Ruy Castro e o Ricardo Noblat por instigação ao
suicídio devido a uma crônica de que não gostou.
É verdade que Wajngarten, Pazzuello e Mendonça são amadores perto do chefe, de longe o mais inepto de uma extensa galeria de figuras deploráveis que já passaram pela Presidência.
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