Por Bruna Miato / g1 / O Globo (publicado em 01/07/ 2023)
A inflação acumulada desde junho de 1994, quando o real foi lançado, é de 677,50%. Para ter o mesmo poder de compra da época, seriam necessários R$ 7,77 para cada R$ 1.
Desde o lançamento do Plano Real em
1° de julho de 1994, durante o governo de Itamar Franco, a moeda nacional -
desenvolvida para lidar com uma inflação que ultrapassava os 2.000% em um ano -
já perdeu muito de seu valor.
Com uma inflação acumulada de 677,50% desde
aquela época até maio de 2023, mês da última divulgação do Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA),
atualmente, o R$ 1 de hoje valeria apenas R$ 0,12 na época,
aproximadamente.
O poder de compra da população diminuiu
consideravelmente nestes 29 anos desde a adoção do real: se hoje alguém
quisesse comprar o R$ 1 daquela época, precisaria desembolsar R$ 7,77, de
acordo com a calculadora de inflação do Banco Central
do Brasil (BC).
Para ter o mesmo poder de compra de julho de
1994, seriam necessários, hoje:
R$ 38,87 para uma nota de R$ 5 da época;
R$ 388,75 para uma nota de R$ 50 da época;
R$ 777,50 para uma nota de R$ 100 da época.
Outras notas
Além das notas de R$ 1, R$ 5, R$ 10 e R$ 100
que foram lançadas inicialmente pelo Plano Real, cédulas de outros valores
também foram desenvolvidas com o passar dos anos.
Em dezembro de 2001 ocorreu o lançamento da
nota de R$ 2, muito comum até os dias atuais. Para ter o mesmo poder de compra
da época em que ela foi lançada, seriam necessários R$ 10,49. A inflação
acumulada de lá para cá é de 424,40%, segundo o BC.
Já para ter o poder de compra que se tinha
com uma nota de R$ 20 quando foi lançada, em junho de 2002, seriam necessários
R$ 102,69, já que o IPCA acumulado do período é de 413,43%.
A última nota a ser criada foi a de R$ 200,
que começou a circular no dia 2 de setembro de 2020, em meio à pandemia de
covid-19. Em quase três anos, a inflação já acumula uma alta de 24,41% e, hoje,
seriam necessários R$ 248,82 para ter o mesmo poder de compra.
O Plano Real
O real completa 29 anos de existência neste
sábado (1°). O plano que deu origem à moeda nasceu sob a gestão de Itamar
Franco, que tinha como ministro da Fazenda o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso.
O Plano Real, que marcou o fim de um dos
períodos de maior instabilidade econômica e monetária do Brasil, teve seu
processo iniciado em 1993 e tinha como objetivo controlar a inflação que
ultrapassava os quatro dígitos na época.
De acordo com informações do BC, no acumulado
em 12 meses entre julho de 1993 e junho de 1994, quando o real foi
implementado, a inflação chegou a encostar no nível de 5.000%.
Apenas para se ter uma ideia, de lá para cá,
"mesmo com as várias crises internacionais e internas que prejudicaram a
estabilização econômica, o IPCA acumulado em 12 meses passou de 9% em poucas
ocasiões", destaca a instituição.
A implementação do real como a moeda nacional foi a última etapa do plano monetário.
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