Folha de S. Paulo
Ação em São
Gonçalo envolveu mil policiais e 20 blindados, mas não prendeu ninguém
Na região
metropolitana do Rio, 4 milhões de pessoas vivem sob jugo de criminosos
Foi a maior
operação policial realizada no Rio de Janeiro desde
aquela que deixou
122 pessoas mortas nos complexos do Alemão e da Penha, em 28 de outubro, e
que pôs a segurança pública no centro da campanha eleitoral de 2026, com Lula
de um lado e governadores de direita do outro.
Na quinta (12), mil homens das Polícias Militar e Civil invadiram o complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. O objetivo era cumprir 25 mandados de busca e apreensão e 44 mandados de prisão, entre eles o do traficante Antônio Hilário Ferreira, o Rabicó, da cúpula do Comando Vermelho. Rabicó conseguiu fugir.
Quase sem
impacto na mídia, a operação não deve ter sido considerada um
"sucesso", na avaliação do governador Cláudio
Castro, que usou esta palavra a respeito da matança no Alemão e da Penha.
No Salgueiro, não houve mortos, feridos ou presos. Três veículos roubados foram
recuperados. Outros dois carros e três motos foram apreendidos, além de pequena
quantidade de drogas.
Os policiais
tiveram o apoio de 20 blindados, duas aeronaves, retroescavadeiras para
retiradas de barricadas, 123 viaturas e quatro ambulâncias. Apesar do grande
aparato deslocado do Rio para São Gonçalo, a Secretaria de Segurança não
acredita na hipótese de que houve algum tipo de vazamento.
Na segunda (8),
dois sargentos da PM foram presos pela Polícia Federal. A Operação Tredo mira
um núcleo de agentes de segurança acusado de colaborar com facções criminosas
que dominam comunidades do Rio. E não custa lembrar que Rodrigo
Bacellar, o presidente afastado da Alerj, licenciou-se do mandato
parlamentar após ficar uma semana preso por suspeita de vazar uma operação da
PF.
O governo Castro
mostra-se avesso a qualquer plano de retomada das áreas que estão sob controle
das facções. O trabalho resume-se a combater o avanço do território ocupado.
Sem resultados positivos, registre-se. Recentes estudos apontam que o CV segue
em expansão no estado. Na região metropolitana são quatro milhões de pessoas
vivendo sob jugo de criminosos.
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