Marcos Coimbra
Sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi
DEU NO ESTADO DE MINAS
De Norte a Sul, quem vai bem nas eleições são os prefeitos, de todos os partidos
Sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi
DEU NO ESTADO DE MINAS
De Norte a Sul, quem vai bem nas eleições são os prefeitos, de todos os partidos
Quando chega a reta final das eleições, começa a procura do que seriam seus traços gerais, dos aspectos que os diversos pleitos que as compõem compartilhariam. Isso apenas antecipa algo que vira mania quando terminam, a identificação de seu “significado” mais amplo, aquilo que se costuma chamar “recado das urnas”.
É uma tarefa inglória, especialmente quando as eleições são municipais. Embora seja uma busca à qual se dedicam com afinco os profissionais da política, seja na atividade propriamente política, seja na imprensa ou na academia, tentar encontrar um sentido único, um mesmo “recado” de mais de 5 mil eleições diferentes, raramente leva a qualquer conclusão relevante. O máximo que se consegue, à custa de muita abstração, é chegar a meia dúzia de trivialidades, do gênero “o eleitor brasileiro está insatisfeito”, “quer mudanças”, etc.
Estamos vendo agora uma tese desse tipo a respeito das eleições deste ano, quando ainda falta quase metade do período de propaganda eleitoral pela televisão. Mesmo percebendo quanto as intenções de voto sofreram seu efeito nas primeiras semanas, tem gente correndo para descobrir o que “querem dizer” os números de hoje, sem esperar sequer pelos de amanhã.
É a tese da “onda vermelha”, elaborada a partir das pesquisas que mostram que muitos candidatos do PT vão bem e estão crescendo. As principais evidências provêm do Nordeste, de Fortaleza e Recife, sem esquecer do desempenho acima do esperado de Marta Suplicy.
De fato isso acontece, mas daí a deduzir que uma “onda vermelha” está se formando, há uma grande diferença. Deixando de lado a situação de São Paulo, os casos mencionados talvez tenham mais a ver com outra coisa, essa sim geral. Aliás, com o único traço destas eleições que pode se candidatar a ser seu “significado”.
O que ocorre em Fortaleza e Recife é mais que o favoritismo de candidatos do PT, pois o mesmo está em curso país afora e não é restrito às candidaturas dos integrantes do partido de Lula. De norte a sul, quem vai bem nas eleições são os prefeitos, de todos os partidos.
Nos casos óbvios em que disputam a reeleição, em quase todas as cidades para as quais dispomos de pesquisas, eles ou elas estão na frente. Onde faziam um trabalho bem-avaliado, mas de pequena visibilidade, cresceram. Faltava-lhes, ao que parece, apenas comunicação.
Com a enorme mídia que nossa legislação oferece aos candidatos, isso se resolveu em poucos dias. Alguns que estavam em terceiro ou quarto lugar saltaram para o primeiro, como em Fortaleza. Até quem era considerado carta fora do baralho, como o prefeito de Salvador, voltou a ser competitivo. Quem estava com imagem desvitalizada rejuvenesceu, como o prefeito de Porto Alegre. O prefeito de São Paulo passou a ser sério contendor.
O mesmo vale para os candidatos pouco conhecidos que são apoiados por prefeitos bem-avaliados. O pulo à frente dos candidatos dos prefeitos de Recife e Belo Horizonte é evidência disso, no segundo caso ainda maior pelo fato de Aécio também apoiar Marcio Lacerda. Quanto aos prefeitos mal-avaliados, pouco conseguem fazer por seus candidatos, como acontece no Rio.
Quem era bem avaliado e fazia boa comunicação está atravessando a eleição voando em céu de brigadeiro. Pergunte-se ao prefeito de Curitiba se tem alguma preocupação, a esta altura.
Em cidades médias e menores, coisas parecidas acontecem. Bons prefeitos do PMDB, do PSDB, do DEM, do PSB, de todos os partidos, vão bem, incluindo os do PT. Se há uma onda, é a onda dos prefeitos.
Quanto a São Paulo, muito do favoritismo de Marta tem a ver com a política que fazem seus adversários. O governador José Serra pode explicá-lo. Tampouco lá, a onda é vermelha.
É uma tarefa inglória, especialmente quando as eleições são municipais. Embora seja uma busca à qual se dedicam com afinco os profissionais da política, seja na atividade propriamente política, seja na imprensa ou na academia, tentar encontrar um sentido único, um mesmo “recado” de mais de 5 mil eleições diferentes, raramente leva a qualquer conclusão relevante. O máximo que se consegue, à custa de muita abstração, é chegar a meia dúzia de trivialidades, do gênero “o eleitor brasileiro está insatisfeito”, “quer mudanças”, etc.
Estamos vendo agora uma tese desse tipo a respeito das eleições deste ano, quando ainda falta quase metade do período de propaganda eleitoral pela televisão. Mesmo percebendo quanto as intenções de voto sofreram seu efeito nas primeiras semanas, tem gente correndo para descobrir o que “querem dizer” os números de hoje, sem esperar sequer pelos de amanhã.
É a tese da “onda vermelha”, elaborada a partir das pesquisas que mostram que muitos candidatos do PT vão bem e estão crescendo. As principais evidências provêm do Nordeste, de Fortaleza e Recife, sem esquecer do desempenho acima do esperado de Marta Suplicy.
De fato isso acontece, mas daí a deduzir que uma “onda vermelha” está se formando, há uma grande diferença. Deixando de lado a situação de São Paulo, os casos mencionados talvez tenham mais a ver com outra coisa, essa sim geral. Aliás, com o único traço destas eleições que pode se candidatar a ser seu “significado”.
O que ocorre em Fortaleza e Recife é mais que o favoritismo de candidatos do PT, pois o mesmo está em curso país afora e não é restrito às candidaturas dos integrantes do partido de Lula. De norte a sul, quem vai bem nas eleições são os prefeitos, de todos os partidos.
Nos casos óbvios em que disputam a reeleição, em quase todas as cidades para as quais dispomos de pesquisas, eles ou elas estão na frente. Onde faziam um trabalho bem-avaliado, mas de pequena visibilidade, cresceram. Faltava-lhes, ao que parece, apenas comunicação.
Com a enorme mídia que nossa legislação oferece aos candidatos, isso se resolveu em poucos dias. Alguns que estavam em terceiro ou quarto lugar saltaram para o primeiro, como em Fortaleza. Até quem era considerado carta fora do baralho, como o prefeito de Salvador, voltou a ser competitivo. Quem estava com imagem desvitalizada rejuvenesceu, como o prefeito de Porto Alegre. O prefeito de São Paulo passou a ser sério contendor.
O mesmo vale para os candidatos pouco conhecidos que são apoiados por prefeitos bem-avaliados. O pulo à frente dos candidatos dos prefeitos de Recife e Belo Horizonte é evidência disso, no segundo caso ainda maior pelo fato de Aécio também apoiar Marcio Lacerda. Quanto aos prefeitos mal-avaliados, pouco conseguem fazer por seus candidatos, como acontece no Rio.
Quem era bem avaliado e fazia boa comunicação está atravessando a eleição voando em céu de brigadeiro. Pergunte-se ao prefeito de Curitiba se tem alguma preocupação, a esta altura.
Em cidades médias e menores, coisas parecidas acontecem. Bons prefeitos do PMDB, do PSDB, do DEM, do PSB, de todos os partidos, vão bem, incluindo os do PT. Se há uma onda, é a onda dos prefeitos.
Quanto a São Paulo, muito do favoritismo de Marta tem a ver com a política que fazem seus adversários. O governador José Serra pode explicá-lo. Tampouco lá, a onda é vermelha.
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