Marcelo Rehder
O mês de maio deve ser marcado por mobilizações intensas de categorias como os trabalhadores da construção civil e dos transportes do Estado de São Paulo. Com data-base no dia 1.º, as negociações com os representantes patronais não avançaram e os sindicalistas já falam em paralisações. “Tivemos uma ou duas reuniões por semana desde o começo de março e ainda não conseguimos avançar na pauta de reivindicações”, queixa-se Antônio de Souza Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo (Sintracon). “Estamos mobilizados para uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 7”, avisa ele.
Na campanha dos operários da construção civil estão juntos os sindicatos de várias centrais sindicais como Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central Geral dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CGTB). Juntas, elas re-presentam mais de 1 milhão de trabalhadores. Só na base do Sintracon, ligado à Força Sindical, são 370 mil operários. A categoria reivindica aumento real de 5%, além da reposição da inflação acumulada nos últimos 12 meses. O sindicato patronal não apresentou contraproposta, informa Ramalho. “Mesmo assim, t emos esperança de que haja um entendimento, porque uma greve geral desgasta todo mundo, principalmente quem comprou imóveis na planta”, diz o sindicalista.
Empreitada. Segundo ele, as construtoras têm atrasado, em média, em nove meses a entrega das c haves dos apartamentos por falta de mão de obra. Mais do que isso, ele afirma que os consu-midores reclamam muito do aca-bamento dos imóveis. Na falta de mão de obra, tem se trabalha-do em regime de empreitada. “Na carteira de trabalho cons-tam 48 horas semanais, mas o trabalhador recebe outras 68 ho-ras, algumas por fora, que as construtoras colocam como horas prêmio. Não tem nada de prêmio, o que tem ali é pura empreitada. Para conseguir as 68 horas a mais, o trabalhador tem de enfrentar uma jornada de 14 horas por dia”, afirma o sindicalista.
Com ameaça de greve em datas a serem definidas, metroviários e ferroviários querem 14,99% e 5,83% de aumento real, respectivamente, além da reposição das perdas com a inflação.
No caso dos metroviários, que somam 8,7 mil trabalhadores na capital paulista, a reivindicação de aumento real de 14,99% leva em consideração que o número
de usuários transportados em 2011 pelo metrô t eve um acréscimo de quase 15%. “A empresa tem dinheiro para resolver a questão sem greve”, afirma Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente do sindicato da categoria. “Não queremos prejudicar a população, mas não vamos deixar nossos direitos irem embora sem briga.”
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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