Sindicato não conseguiu derrubar liminar que determina fim da greve, mas não deu garantias de volta ao trabalho
Fátima Lessa
CUIABÁ - Os trabalhadores nas obras da Usina de Belo Monte, no Pará, em greve desde o último dia 23, devem voltar ao trabalho amanhã. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins do Pará (Sintrapav/PA) não conseguiu derrubar, até às 17 horas de ontem, a liminar que decretou a ilegalidade da greve dos trabalhadores do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM).
Se os grevistas não retornarem ao trabalho, o Sindicato pagará uma multa de R$ 200 mil para cada dia parado. Na quarta-feira, há nova audiência na Vara do Trabalho de Altamira (PA).
O vice-presidente do Sintrapav, Roginel Gobbo, não garantiu se a greve vai parar. "A situação é complicada: de um lado temos os trabalhadores que confiam em nós, e do outro lado temos a decisão da Justiça". Gobbo disse que não tem como garantir o retorno ao trabalho se não houver sinal de algum avanço. "São oito mil homens com hábitos diferentes, a situação pode fugir do controle", admitiu.
Retorno. A ilegalidade da greve que determinou o retorno ao trabalho e estipulou a multa por dia parado foi expedida pelo desembargador Georgenor de Sousa Franco Filho, do Tribunal Regional do Trabalho da 8.ª Região, na última quarta-feira. Na sexta-feira, Franco Filho suspendeu temporariamente a liminar até 1.º de maio, a pedido do próprio Consórcio Construtor Belo Monte.
A decisão do desembargador foi baseada no termo de audiência recebido do titular da Vara de Trabalho de Altamira, o juiz federal do Trabalho Luis Antônio Nobre de Brito. No termo, Brito informou ao desembargador que as partes concordaram com o pedido conjunto de suspensão da liminar anteriormente concedida até o dia 1.º de maio, devendo os trabalhadores retomar suas atividades no dia 2 de maio.
A liminar somente será aplicada no caso de os trabalhadores não retornarem ao serviço regular na quarta-feira, com as sanções fixadas no despacho do dia 25 de abril.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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