Cristiane Agostine e Fernando Taquari
SÃO PAULO - Em evento para comemorar o aniversário de 34 anos de fundação do PT e lançar sua candidatura à reeleição, ontem em São Paulo, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso com críticas à oposição, ao afirmar que os seus representantes não entendem o acelerado processo de ascensão social no Brasil e "têm a cara de pau de dizer que o ciclo do PT acabou".
A presidente disse que está com disposição renovada para fazer mais pelo país e destacou os fundamentos macroeconômicos de sua gestão. Afirmou que pessimistas aproveitam a conjuntura internacional difícil para "pregar que o fim do mundo chegou".
O pré-candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, fez um discurso bastante crítico ao PSDB e afirmou que "o PT vai governar o Estado de São Paulo e priorizar a educação". De acordo com Padilha, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) é "lento", "sem coragem" e "acomodado". "O PSDB está com a pilha fraca", afirmou o ex-ministro.
Os adjetivos, que serão bastante repetidos pelo petista durante a campanha ao Palácio dos Bandeirantes, estão, segundo dirigentes do PT, baseados em pesquisas encomendadas pelo partido que apontam essas como as principais críticas dos paulistas ao governo tucano.
Diante da militância petista, Padilha destacou sua atuação como ministro das Relações Institucionais durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando fazia a ponte entre os prefeitos e o governo federal.
"O PT vai ganhar a eleição em São Paulo para trazer a era republicana para a relação do Palácio dos Bandeirantes com os 645 municípios paulistas", disse Padilha.
O presidente nacional do partido, deputado Rui Falcão (SP), classificou os adversários da presidente como "neopassadismo" e "novovelhismo". Ao lado de Dilma, Falcão disse que os dois pré-candidatos à Presidência são "partes de um mesmo corpo", "parecem doutores em bolor" e apresentam programas semelhantes, sem fazer referências diretas ao senador Aécio Neves (PSDB), e ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
"O neopassadismo e o novovelhismo parecem farinha do mesmo saco. Assemelham-se em quase tudo. Apresentam, como se fossem soluções profundas e inovadoras, remendos, mal colados, no que já está sendo feito", afirmou Falcão.
O discurso do presidente do PT foi distribuído à imprensa antes de o evento começar. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participou do ato político, porque está em Nova York.
Falcão afirmou que a reeleição de Dilma não está garantida. "É um grave equívoco imaginar que a eleição está resolvida. É preciso trabalhar para que a tendência [de pesquisas de intenção de voto] se mantenha, sem soberba, sem arrogância e sem subestimar os adversários", disse.
Ao referir-se aos protestos de junho do ano passado, que levaram milhares de pessoas às ruas, o PT reconheceu que a população "quer mudanças", mas afirmou que quer mudanças com a atual presidente, "pois não se deixa seduzir por aqueles que falam em mudar, mas nada acrescentam de verdadeiramente novo ou criativo".
Fonte: Valor Econômico
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