• A empresários ele afirmou que não move uma palha para prejudicar Dilma
• Vice se irritou quando empresário perguntou se ele entraria para a história como estadista ou oportunista
Daniela Lima, Thais Arbex – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - O vice-presidente da Republica, Michel Temer, disse, em mais uma rodada de conversas com empresários de São Paulo, nesta quinta-feira (3), que será difícil Dilma Rousseff chegar até o fim do mandato se permanecer com índices tão baixos de popularidade.
Questionado sobre as hipóteses sobre o fim precoce do governo –renúncia, impeachment, cassação via Justiça Eleitoral– e sobre a manutenção do governo mesmo sob forte crise, afirmou primeiro que Dilma não "é de renunciar". "Ela é guerreira, não me parece que ela seja, digamos, renunciante", afirmou.
O vice então disse que, com as medidas que estão sendo tomadas, acredita que as coisas tendem a melhorar em meados do ano que vem.
E então afirmou: "Hoje, realmente, o índice [de aprovação do governo] é muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo. (...) Se continuar assim, eu vou dizer a você, 7%, 8% de popularidade, de fato, fica difícil", concluiu.
Para Temer, a melhora do cenário econômico e do ambiente político podem ajudar o governo a recuperar a confiança da população. "Agora, não é torcer. É trabalhar."
Sobre a hipótese de o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidir cassar a chapa com base nas denúncias da oposição de abuso de poder econômico e político na campanha, disse que não discutiria "porque as instituições têm que funcionar". "Se a chapa for cassada eu vou para casa feliz. Ela vai para casa... Não sei se feliz", concluiu.
Em meio à fala, Temer asseverou que espera "que o governo vá até 2018".
Ao fim, a pergunta de um dos empresários presentes ao evento fez Temer se exaltar. Fora dos microfones, Fábio Suplicy questionou como o vice gostaria de entrar para a história: "Estadista ou oportunista?", indagou.
Visivelmente irritado, Temer disse que muita gente fala sobre o assunto, mas ele "não move uma palha" para prejudicar a petista. Depois disse que, se conspirasse, "aí sim" estaria manchando a sua história.
Antes do incidente, questionado pela patrocinadora do evento, a empresária Rosangela Lyra, sobre Dilma ter assumido a articulação política, chamando líderes do Congresso para conversas à revelia dele, disse que não se sentiu agredido.
Ele ressaltou que o PMDB apoia integralmente o ministro Joaquim Levy (Fazenda).
O vice afirmou ainda que se considera responsável pelo governo ter enterrado a ideia de recriar a CPMF, o imposto do cheque.
Nenhum comentário:
Postar um comentário