Por Antonio Perez - Valor Econômico
SÃO PAULO - O PT pediu a seus militantes que deixem de lado o tradicional figurino vermelho e ostentem o verde-amarelo em manifestação no dia 7 de Setembro, em "defesa" da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e "contra o golpe".
O pedido foi feito em nota divulgada ontem no site oficial do partido, sob o título "PT convoca a militância para defender a democracia no 7 de setembro". "A convocação é do diretório nacional do PT. O governo não tem participação nenhuma nisso", disse ao Valor Wilmar Lacerda, membro da direção nacional do PT.
Lacerda rechaçou comparações com o episódio de agosto de 1992, às vésperas do impeachment de Fernando Collor, quando o ex-presidente também pediu que "todo o Brasil" fosse às ruas com as cores da bandeira nacional para mostrar que apenas uma "minoria" apoiava sua destituição. Em vez de atender o apelo, multidões foram às ruas vestidas de preto, engrossando o movimento pela saída do presidente. "Isso aconteceu há muitos anos, num passado em que lutamos pelo impeachment. Agora, não é coisa do governo. Nós vamos comemorar a independência do Brasil", disse.
PT convoca militantes a usarem verde e amarelo no 7 de setembro
O PT pede a seus militantes que deixem de lado o tradicional figurino vermelho e se cubram de verde-amarelo para manifestações, no 7 de setembro, em "defesa" da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e "contra o golpe". O pedido para que os petistas saíam às ruas com as cores da bandeira apareceu em nota divulgada ontem no site oficial do partido. A legenda acusa opositores que pedem o impeachment da presidente de golpistas.
Wilmar Lacerda, integrante da direção nacional do PT, ressalta que, apesar de pregar a defesa de Dilma, a ideia da manifestação não partiu do Palácio do Planalto. "O governo não teve nenhuma participação. A convocação é do diretório nacional do PT", disse Lacerda ao Valor
Na nota do partido, Lacerda pede que aos militantes participem do Grito dos Excluídos, manifestação organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tradicionalmente nos dias 7 de setembro. "Será um momento para apoiar o governo, apoiar Dilma e Lula, defender a democracia e povo Brasileiro, e dizer não ao golpe", afirma nota.
Segundo Lacerda, não há constrangimento no fato de o verde-amarelo predominar nas manifestações recentes contra o governo e o PT. Em 15 de março, 12 de abril e 16 de agosto deste ano, milhares de pessoas foram às ruas com camisetas da seleção brasileira de futebol e bandeiras do Brasil para pedir o impeachment da presidente.
"Não vejo nenhum problema em petistas e movimentos sociais vestirem as cores do Brasil na comemoração da independência. Ou o verde-amarelo não é a cor do povo brasileiro? As cores da bandeira do Brasil não pertencem à oposição", afirmou Lacerda, acrescentando que "quem quiser pode levar a bandeira do PT, da Dilma e do Lula com cores vermelhas".
Lacerda também rechaçou a comparação com o episódio em que o então presidente Fernando Collor, em agosto de 1992, pediu que "todo o Brasil" fosse às ruas com as cores da bandeira para mostrar que apenas uma "minoria" apoiava o impeachment. Em vez de atender o apelo do presidente, as pessoas saíram às ruas vestidas de preto, engrossando a campanha pelo seu afastamento.
Para Lacerda, é "absolutamente" impossível estabelecer uma relação entre as manifestações contra Collor e a convocação do PT em um momento de fragilidade da presidente Dilma Rousseff. "Isso aconteceu há muitos anos, num passado em que lutamos pelo impeachment. Agora, não é coisa do governo. Nós vamos comemorar a independência do Brasil", disse.
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