O prefeito João Doria (PSDB) tem razões para alegrar-se com a pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (12). Após 40 dias de hiperatividade midiática do alcaide, sua popularidade vai bem.
Entre os paulistanos, 44% consideram ótimo ou bom o desempenho de Doria (percentual praticamente idêntico ao dos votos que obteve em outubro). E 63% dos entrevistados opinam que ele fará um governo melhor que o de Fenando Haddad (PT).
A comparação direta com os seis antecessores imediatos do tucano sai prejudicada, porém, por não ser usual o levantamento com pouco mais de um mês de governo. O mais recente, até então, se dera com Paulo Maluf (PP), em 1993, e o hoje deputado obteve como prefeito 25% de ótimo e bom.
Feita a ressalva, registre-se que o comunicador apadrinhado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) se sai melhor na largada que os dois prefeitos mais bem avaliados aos três meses no posto, ambos petistas na época da aferição: Marta Suplicy, com 34% de ótimo e bom, e Haddad, com 31%.
Cabe lembrar que Doria foi o único candidato a se eleger já no primeiro turno para administrar a cidade de São Paulo. Trabalhou a seu favor, por certo, o desgaste dos políticos tradicionais envolvidos em escândalos de corrupção (com destaque para a decepção com o PT) e a passagem pouco marcante de Haddad pela prefeitura.
O empresário bem-sucedido construiu e explorou a imagem de alguém estranho aos vícios da política brasileira -um gestor, como prefere ser qualificado.
Eleito, precipitou-se a cumprir suas propostas de apelo mais imediato, como aumentar os limites de velocidade nas avenidas marginais e congelar tarifas de ônibus. Ambas são medidas difíceis de defender de um ponto de vista técnico, para dizer o menos.
Em uma área crucial para qualquer governante, o prefeito colhe expressivo apoio, de 67%, ao programa Corujão da Saúde, mutirão destinado a eliminar a fila de quase 500 mil exames na cidade.
Quanto à polêmica que provocou ao atacar a um só tempo o grafite e a pichação, Doria recebe preciosa mensagem: 85% são favoráveis ao primeiro; nada menos de 97% repudiam a segunda.
É cedo, decerto, para a cobrança de resultados. Fantasiar-se de gari e surgir num ônibus pela manhã, por ora, são ações mais visíveis que as políticas para a limpeza urbana e o transporte coletivo.
De todo modo, será preciso corresponder às expectativas alimentada por todo esse afã propagandístico -tarefa sempre difícil em uma cidade que não costuma poupar políticos nem gestores.
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