Por Claudia Safatle e Eduardo Campos | Valor Econômico
BRASÍLIA - O presidente Michel Temer reuniu-se na noite de ontem com parlamentares e ministros, no Palácio do Jaburu, para discutir sua estratégia de defesa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que analisará a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva. Será o primeiro passo da Câmara no processo que determinará se o Supremo Tribunal Federal (STF) poderá ou não investigar Temer.
A estratégia de defesa do presidente deve ser centrada na fragilidade e falta de materialidade da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot contra o pemedebista.
Na reunião de ontem, discutiu-se também a escolha do relator que analisará a denúncia contra Temer na CCJ da Câmara.
Entre os participantes do encontro com o presidente estavam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), e o deputado André Moura (PSC-SE).
Durante a reunião, o presidente, parlamentares e ministros debateram ainda a votação da reforma trabalhista, prevista para ser realizada nesta semana no plenário do Senado.
O ministro Moreira Franco afirmou ao Valor que a reunião foi basicamente para tratar da reforma trabalhista e da votação dos precatórios no plenário do Senado. Segundo o ministro, o governo disse a seus aliados que não pode ter surpresa com esses dois projetos. Moreira Franco desconversou ao falar sobre a estratégia de defesa de Temer.
A assessoria do presidente, no entanto, afirmou que a defesa de Temer na Câmara foi um dos temas do encontro.
Antes de ir ao plenário, a denúncia contra Temer precisa primeiro ser analisada pela CCJ. É nessa comissão que o presidente irá apresentar sua defesa. Caso o pedido de autorização para a investigação vá para o plenário, será preciso o aval de pelo menos 342 deputados - dois terços do total.
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