Presidente da Câmara aconselha deputados a usar um celular ‘com definição’ para gravar para TV
Catarina Alencastro e Cristiane Jungblut | O Globo
-BRASÍLIA- O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), demonstrou ceticismo sobre as chances de ser aprovada a criação de um fundo com dinheiro público para bancar campanhas políticas. Segundo ele, a votação de quarta-feira, quando o plenário retirou da proposta dois temas polêmicos — os mandatos para ministros de cortes superiores e o valor do fundo de financiamento —, provou que será “muito difícil” reunir os 308 votos para a instalação do fundo.
— Se o Senado não vai votar o financiamento privado, os deputados dizem que não precisam do fundo público, vamos à eleição com o que a gente tem. E acho que vai ser uma boa experiência: poucos recursos para muitas eleições, eu acho que vai todo mundo ter que comprar um bom celular, uma boa definição de imagem, contratar um bom cinegrafista amador e cada um fazer sua campanha na televisão — avaliou.
Maia ainda deposita, no entanto, expectativa quanto à aprovação de uma outra PEC que compõe o pacote da reforma política: a que acaba com as coligações nas eleições de deputados e vereadores e cria a cláusula de barreira. Ele sinalizou que pode colocar em pauta o texto sobre essas mudanças na terça-feira que vem e só depois retomar a votação do fundo eleitoral e da mudança no sistema de eleição de deputados e vereadores para o chamado distritão.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), defendeu ontem a utilização de verbas já existentes e destinadas aos políticos, por meio das fundações partidárias, programas eleitorais e outras verbas correlatas, para sustentar o novo fundo eleitoral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário