Por Cristiane Agostine | Valor Econômico
SÃO PAULO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso divulgou ontem uma nota para afirmar que a legenda apoia o governo Michel Temer "pelo interesse nacional", uma semana depois de o PSDB criticar, em sua propaganda partidária veiculada no rádio e na TV, a gestão pemedebista pela prática do "presidencialismo de coalizão". FHC disse que as críticas públicas não se referem aos quatro ministros tucanos que participam do governo Temer, mas fez a ressalva de que "membros da atual administração" são acusados de "envolvimento nessas práticas no passado".
Fernando Henrique tentou minimizar as divergências dentro do PSDB, que aumentaram com a exibição das críticas a Temer e levaram uma ala de governistas do partido a articular o afastamento do presidente interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE). Tasso foi o responsável pela propaganda, mas FHC sugeriu o "presidencialismo de cooptação".
"As críticas ao presidencialismo de cooptação não são críticas aos membros do PSDB que ocupam posições governamentais, nem podem constituir ataques aos líderes partidários que sofrem acusações ainda a serem comprovadas", disse FHC.
O ex-presidente afirmou que o PSDB não deve dar prioridade ao "desembarque" do governo. "Este é predominantemente, na parte política, um governo do PMDB. Nós o apoiamos pelo interesse nacional na governabilidade e porque ele se comprometeu com reformas que são essenciais e às quais devemos dar apoio, ainda que corrigindo um ou outro ponto", registrou. O tucano disse ainda que "é inegável que houve avanços" em diversas áreas. Ao falar sobre a continuidade do PSDB no comando de quatro ministérios, disse que o "eleitorado não compreende decisões de abandono que estejam ou pareçam estar apenas ligadas a questões de popularidade".
FHC evitou criticar o senador Aécio Neves (MG), investigado pela Operação Lava-Jato, e disse que o partido precisa dar a ele "confiança".
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