Em entrevista ao SBT, presidente da República afirma que Governa com o Congresso
Tânia Monteiro e Carla Araújo | O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Em entrevista ao SBT, o presidente Michel Temer negou que faça "presidencialismo de cooptação" para conseguir ganhar votações no Congresso. Temer também saiu em defesa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi acusado de comprar votos de parlamentares para garantir a sua reeleição. "Sem dúvida alguma, naquela época, ele não cooptou ninguém. Me disseram que houve compra de votos para reeleição e sou testemunha que não houve nenhuma cooptação", declarou Temer.
Temer salientou que governa com o Congresso, fazendo composição com os políticos, por ser esta a única maneira de fazê-lo. "Eu não exerço presidencialismo de cooptação", desabafou. "O que acontece é o seguinte: eu acho muito estranho que as pessoas, primeiro, esqueçam do passado. Em segundo lugar, não há outra forma de você governar se não tiver uma coligação, uma composição, com partidos políticos", afirmou.
Questionado se achava que Fernando Henrique foi injusto com ele, Temer desconversou: "Olha, eu deixo por conta dele". Lembrado que o tucano lhe deu muitas alfinetadas e chamou o seu programa de governo, "Ponte para o Futuro", de "pinguela", o presidente respondeu: "Se é ponte ou se é pinguela, o que importa é que estamos atravessando a ponte... Atravessando a pinguela".
Sobre a divisão que existe no PSDB, que tem quatro ministros no governo mas que levou ao ar, na semana passada, um programa eleitoral na TV criticando o apoio dado ao peemedebista, o presidente Temer minimizou: "Não quero entrar nessa questão interna do PSDB. Evidentemente que grande parcela do PSDB apoia o governo e por isso fazer também uma coligação (com os tucanos)".
Perguntado se assumiu a agenda de reformas econômicas do PSDB por exigência do partido, Temer disse que "é evidente que o PSDB veio também em função do programa". E emendou: "Eles sabiam que eu ia levar esse programa da 'Ponte para o Futuro' adiante, e estou levando".
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